As mudanças nas práticas de governança têm impactado todo o setor imobiliário. Estima-se que cerca de US$ 30 trilhões em ativos estão sob gestão de fundos que aplicam recursos em negócios e empresas com práticas sustentáveis. No Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Ambima), existem 25.488 fundos de investimento em geral em operação, com patrimônio líquido total perto de R$ 7 trilhões. Desse total, apenas R$ 1,07 bilhão é referente a fundos enquadrados na categoria sustentabilidade e governança, segundo dados de fevereiro de 2021.Para o planejador financeiro Maurício Vono, assim como o comércio ou instituições financeiras não querem fazer negócio com pessoas com restrições, com nome sujo na praça, as empresas que querem acessar grandes linhas de financiamento precisam ter o selo de uma empresa ESG, como um cadastro positivo. Ele ressalta que as empresas que seguem as práticas ESG correm menos riscos regulatórios por justamente já seguirem leis e regulamentos ambientais. Daí, a preferência dos fundos em investir nessas empresas. Para Lívia Lemos, diretora da TG Core, uma das empresas Trinus Co., há uma virada de chave na cultura de investimento e as empresas organizam suas estruturas com a incorporação de critérios socioambientais, não só em seu modelo gestão, mas também na tomada de decisão de investimentos. “O propósito de transformação da Trinus é democratizar o acesso a moradia digna e de qualidade ao comprador de imóveis. O principal fundo de investimento é o TG Ativo Real FII (TGAR11), fundo híbrido de desenvolvimento com foco de atuação em regiões pouco investidas pelo mercado convencional, como novas fronteiras de expansão agrícola do País”, explica.Segundo Lívia, a atuação da Trinus na cadeia do mercado imobiliário resulta em desenvolvimento socioeconômico do mercado regional, do parceiro empreendedor ao comprador da unidade imobiliária. “Todo o propósito se consolida através do APP Trinus, que garante inclusão financeira, democratização do mercado imobiliário e acesso a linhas de crédito com juros mais baixos que os de mercado. Nesse sentido, a pauta ESG encontra-se diretamente alinhada ao nosso propósito”, diz.Para a empresa, quanto mais impacto na cadeia de valor, mais transformação para as comunidades. A Trinus, através do Fundo de Investimento TGAR11, atua em regiões não investidas pelo mercado convencional e apoia empreendedores regionais com tecnologia, boas práticas de governança e gestão, para que eles se tornem aptos a acessar capital do mercado financeiro. “Isso gera desenvolvimento, emprego e renda, infraestrutura e habitação às regiões não investidas pelo mercado convencional”, diz.Se antes o olhar do mercado mundial estava voltado apenas para o retorno financeiro, é perceptível a mudança para as consequências e impactos em todo o ecossistema. Nesse contexto, o ESG ganha força como um movimento essencial e indispensável às companhias. A mudança de cultura e dos valores corporativos no sentido de integrar os princípios e critérios ESG tornaram-se vitais. Desde a criação do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) na B3, a carteira ISE3 apresentou rentabilidade positiva de 296%, contra 223% da carteira formada pelas ações que compõem o índice Ibovespa.