Os motoristas estão mais aliviados com os novos preços dos combustíveis, depois da redução de impostos. Ontem, o litro da gasolina já podia ser encontrado por até R$ 5,69 e o do etanol já custava até R$ 3,99 nos postos de Goiânia e Aparecida. A redução do preço mínimo da gasolina em relação aos valores praticados na semana passada, de acordo com a pesquisa semanal feita pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) já chega a R$ 1,30 em Goiânia e a R$ 1,25 em Aparecida de Goiânia.Os novos valores são resultado da redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) anunciada pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil), na última segunda-feira (27), após projeto de lei sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) que limita a taxa a 17% ou 18%, dependendo da localidade. Com as novas regras, a alíquota do imposto sobre a gasolina e o etanol no estado caíram de 30% e 25%, respectivamente, para 17%. O governo também zerou a cobrança de PIS/Cofins e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) incidentes sobre as operações com gasolina e etanol, inclusive importados.Ontem, de acordo com o aplicativo de preços EON, da Secretaria de Estado da Economia, que divulga os valores praticados pelo mercado em tempo real, o valor cobrado pelo litro da gasolina variava de R$ 5,69 a R$ 7,55 nos postos de Goiânia e Região Metropolitana. Já o preço do etanol oscilava entre R$ 3,99 e R$ 4,90, uma diferença de R$ 0,91. De acordo com a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), o corte vem chegando de forma gradual aos postos, já que distribuidoras ainda têm produtos com estoques antigos. Leia também:- Distribuidoras começam a repassar redução de impostos- Procon Goiás notifica sete distribuidoras de combustíveis para apurar repasse da redução do ICMSO presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto-GO), Márcio Andrade, lembra que somente o impacto da redução do ICMS provocaria uma queda de R$ 0,85 no preço da gasolina. Considerando que a retirada da cobrança do PIS/Cofins produziria uma redução de mais R$ 0,69, a redução no preço poderá chegar aos R$ 1,54. “Com a redução dos impostos, os preços vêm caindo gradativamente nos últimos dias”, conta.ConcorrênciaPara Márcio Andrade, o melhor caminho para facilitar a redução dos preços praticados é deixar o livre mercado funcionar sem pressões. Isso porque, segundo ele, a própria concorrência ajuda a regular o mercado de combustíveis. “Se um revendedor praticar uma margem muito elevada, o próprio mercado o obriga a recuar por causa da concorrência”, diz.O presidente do Sindiposto-GO lembra que os preços são expostos em local bem visível para consulta do consumidor em todos os postos e o mercado se auto regula. Por isso, ele garante que os empresários do ramo estão repassando todas as reduções que recebem das distribuidoras, até porque o momento atual é de crise e todos precisam dar sua parcela de contribuição, o mercado está retraído e os postos precisam garantir um determinado nível de vendas para honrar seus compromissos mensais. A margem é pequena e ganhamos na escala”, garante.De acordo com Márcio, a redução dos preços ainda não resultou num crescimento significativo das vendas de combustíveis nos postos. “Acho que muitos consumidores estão esperando os preços caírem ainda mais para voltarem a encher o tanque novamente”, acredita.O Procon Goiás está fazendo uma pesquisa de preços nos postos de combustíveis e nas distribuidoras, notificando as empresas a apresentarem suas notas fiscais de compra e venda para verificar se a redução dos impostos está sendo repassada integralmente para o consumidor. Estão sendo solicitadas notas fiscais do período entre os dias 18 de junho e 4 de julho. Se ficar constatado que o repasse não aconteceu como deveria, a distribuidora ou revenda será autuada por prática abusiva.Redução de valores pode esbarrar em novos reajustes pela PetrobrasApesar de comemorar a redução nos preços dos combustíveis, o mercado reconhece que a manutenção dos valores atuais ainda depende da política de preços da Petrobras. Isso porque a alta dos combustíveis nas refinarias é inevitável em razão do atual patamar de câmbio e dos preços do petróleo no mercado internacional.O economista e professor da Faculdade Esper, Luiz Carlos Ongoratto, lembra que fatores que afetam diretamente os valores praticados pela Petrobras, como o câmbio e os preços internacionais do petróleo, ainda podem obrigar a companhia a promover novos reajustes, o que diminuiria este atual nível de redução dos preços praticados nas bombas.“Fatores conjunturais da economia podem fazer com que os preços voltem até a patamares anteriores nos próximos meses”, alerta o economista. Isso porque as reduções promovidas nos impostos não mudaram a composição dos preços na origem, ou seja, nas refinarias.-Imagem (1.2482946)