A última redução nos preços da gasolina e do diesel, anunciada esta semana pela Petrobras, ainda não chegou totalmente aos postos. Até agora, as distribuidoras teriam repassado apenas uma parte da queda de 6,1% para a gasolina A e de 8,2% para o diesel A, pelo fato de ainda possuírem estoques antigos dos combustíveis, comprados com valores mais altos. Nas revendas de Goiânia e Região Metropolitana, já houve apenas uma redução nos preços mínimos.O preço mínimo para gasolina praticado na capital na semana passada, que estava em R$ 4,79, segundo a pesquisa semanal feita pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), nesta quinta-feira (8) chegou a R$ 4,54, segundo o aplicativo EON, da Secretaria de Estado da Economia, que mostra os valores em tempo real. Já o preço mínimo do diesel foi reduzido de R$ 6,17 para R$ 5,94 na mesma comparação. Apesar de a queda na refinaria ter sido de R$ 0,20 para a gasolina e R$ 0,40 para o diesel, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto-GO) lembra que a redução que chegará aos postos será menor: cerca de R$ 0,14 para a gasolina, por causa da mistura de 27% de etanol, e R$ 0,36 para o diesel, por conta dos 10% de biodiesel.“O repasse começou, mas ainda não foi integral. As distribuidoras alegam que ainda têm muito estoque com preços antigos”, diz o presidente do Sindiposto-GO, Márcio Andrade.Ele dá o exemplo da distribuidora que fornece combustíveis para seu posto, que repassou uma queda de apenas R$ 0,06 para a gasolina e R$ 0,13 para o diesel. A estimativa é que o repasse integral só chegue aos postos dentro de alguns dias. Mas esta redução de preços da Petrobras pode ser completamente anulada na virada do ano, caso a legislação que zerou as alíquotas do PIS, Cofins e Cide sobre os combustíveis não seja prorrogada pelo Congresso Nacional. Leia também:- Petrobras reduz preços da gasolina e do diesel em suas refinarias- Dólar tem leve queda e investidores esperam votação da PEC da Transição e decisão do Copom- Quatro apostas de Goiás acertam a quina e levam até R$ 493 mil na Mega-SenaA isenção só vai até 31 de dezembro. Sem ela, os preços sofrerão um impacto que deve pesar no bolso do consumidor: de R$ 0,65 sobre a gasolina, R$ 0,24 para o etanol e de R$ 0,31 para o diesel. “Ainda não temos um horizonte de que isso se resolva e o aumento será muito significativo”, alerta Márcio Andrade.Preço do gás ainda não caiu e há falta do produto em revendasO preço médio do quilo do gás de cozinha (GLP) para as distribuidoras já caiu de R$ 3,58 para R$ 3,23, uma redução de 9,8%. Com a queda, o preço médio cobrado pela Petrobras no botijão de 13 quilos passou a valer R$ 42,04, uma redução média de R$ 4,55. “Mas, até agora, as companhias não nos informaram sobre como será a redução”, diz o presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro-Oeste (Sinergás), Zenildo Dias do Vale. Segundo ele, as últimas reduções anunciadas foram tão pequenas que nem foram sentidas pelo consumidor. “Quando há queda no preço, temos esta demora. Mas, quando o valor sobe, o repasse é praticamente imediato”, afirma Zenildo.Além disso, de acordo com ele, os repasses das reduções nunca chegam integralmente. “A Petrobras tinha de fazer reduções de, pelo menos, R$ 10 para que elas tivessem um impacto mais significativo no preço”, acredita. Atualmente, o valor do botijão no mercado da capital oscila entre R$ 105 e R$ 120. Mas o presidente do Sinergás informa que hoje as revendas enfrentam outro problema: faltas pontuais do produto.O problema estaria sendo provocado por uma manutenção na Refinaria de Mataripe (BA) e tem provocado muitas filas de caminhões nas distribuidoras à espera de gás. Revendedores que pedem 100 botijões, conseguem receber apenas 30. O revendedor Henrique Junqueira, da Circular Gás, conta que seu estoque habitual hoje está 80% menor.Para tentar contornar o problema, a saída tem sido procurar outros fornecedores quando sua distribuidora habitual está sem estoque, às vezes pagando preços maiores. “Atualmente, estou praticamente sem gás P20, por exemplo. Tenho 15 unidades e 50 pedidos para entregar”, conta o empresário.Segundo ele, em certos momentos, algumas revendas chegam a zerar seus estoques. “Não é uma coisa generalizada porque buscamos em outro fornecedor. É assim: hoje tem, mas amanhã pode não ter mais”, alerta.-Imagem (1.2575335)-Imagem (1.2575332)