Goiás é o 9º estado mais competitivo do Brasil, de acordo com o Ranking de Competitividade dos Estados 2022, levantamento anual realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Tendências Consultoria e a Seall. É a melhor posição do estado desde que o ranking foi reformulado, em 2016. No entanto, o ente continua sendo o último do Centro-Oeste.O estado havia caído posições no primeiro ano do governo de Ronaldo Caiado (UB) e havia conseguido voltar a ficar entre os dez mais competitivos no ano passado. Após a recuperação, Goiás voltou a subir, com mais uma colocação no ranking geral deste ano. Houve evolução de 11 posições em solidez fiscal, 4 em sustentabilidade ambiental, 3 em segurança pública, 2 em potencial de mercado e 1 em sustentabilidade social. Por outro lado, caiu em 2 posições em infraestrutura, 2 em inovação e 1 em eficiência da máquina pública, ponto em que havia se destacado em 2021.O ranking é feito a partir de uma avaliação que considera 86 indicadores, distribuídos em 10 pilares temáticos: infraestrutura, sustentabilidade social, segurança pública, educação, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, capital humano, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e inovação.Lucas Cepeda, coordenador de competitividade do CLP, afirma que a melhora de Goiás em solidez fiscal foi puxada pelo avanço no índice de liquidez, em que o estado cresceu 15 posições em relação ao ano passado. Questionado, ele afirma que a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) pode ter impactado."Esse indicador olha para as obrigações financeiras e caixa. Normalmente, quando o estado é positivo, isso quer dizer que ou as obrigações diminuíram ou o caixa aumentou", explica. O secretário de Estado da Administração, Bruno D'Abadia, afirma que a solidez fiscal é uma pauta do governo desde o início da gestão. O auxiliar lembra que Goiás subiu a sua nota na Capacidade de Pagamento no Tesouro Nacional, de C para B. "Mais um dado evidenciando essa solidez fiscal", afirma.Ele, no entanto, minimiza a influência do RRF no ranking pelo fato de que os dados são referentes a 2021 e o estado só entrou de fato no programa em 2022. Todavia, Goiás já estava com a dívida suspensa com a União, por meio de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Outros pilaresCepeda pontua que a melhora do estado em sustentabilidade ambiental tem a ver com o fato de que Goiás continua sendo o melhor colocado no indicador de perda de água. "Ou seja, é o que menos perde água e o que teve uma melhora significativa na transparência das ações de combate ao desmatamento", diz.Goiás ficou com a nota máxima no indicador da transparência das ações de combate ao desmatamento, no primeiro lugar entre os estados. O avanço foi de seis posições. "Isso está muito ligado ao quanto que o estado consegue publicizar de forma efetiva as ações que ele toma no combate ao desmatamento", explica Cepeda.O coordenador também afirma que a segurança pessoal foi a responsável por impulsionar a melhora do estado em segurança pública. Segundo ele, esse indicador olha especialmente para o número de roubos. Na 13ª colocação, Goiás subiu cinco posições em segurança pessoal em relação ao ano passado. "Embora ainda seja uma questão intermediária, não é uma posição tão boa assim, por ser um indicador que tem um peso relevante, isso ajudou", explica. Na sustentabilidade social, Goiás se destacou nos dados de primeira infância. O estado melhorou 11 posições em desnutrição na infância, 9 em obesidade na infância e 7 em mortalidade na infância. Bruno D'Abadia cita os programas sociais do governo, como o Mães de Goiás e os programas de habitação. PioraInfraestrutura é uma pedra no sapato de Goiás. Em 2021, o estado já havia caído cinco posições e, em 2022, caiu mais duas. Cepeda explica que as maiores quedas de qualidade do estado foram nos indicadores de qualidade das rodovias (-8 posições) e de custo dos combustíveis (-6 posições). Esses dados foram os responsáveis por puxar para baixo a nota de Goiás no pilar. O secretário de Administração afirma que os trabalhos de infraestrutura são mais demorados, porque demandam "projeto, licitação complexa, início da obra e a sua duração". Ele cita a melhora no orçamento da Goinfra que pode impactar na melhoria das entregas nos próximos dois ou três anos. Goiás também caiu na eficiência da máquina pública. Apesar de ter subido cinco posições no indicador de equilíbrio de gênero no emprego público estadual, o estado caiu 11 colocações em equilíbrio de gênero na remuneração pública estadual, Ou seja, mesmo que tenha uma boa paridade no preenchimento dos cargos, ainda há diferença de salários entre homens e mulheres.Bruno D'Abadia diz que a avaliação interna é de que essa situação reflete a sociedade. "A gente tem que buscar equalizar isso por meio de políticas afirmativas", considera. O secretário conta que marcou agenda com Cepeda para entender os indicadores com detalhes para inserir as necessidades no programa de governo de Caiado, que é candidato à reeleição. -Imagem (1.2528873)