Goiás ampliou a arrecadação com atividade de mineração no ano passado. O valor pago pela Contribuição Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) cresceu 36% em relação a 2020, segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM). Por outro lado, caiu no ranking nacional, saiu de terceiro lugar para ser o quarto estado com maior contribuição, pois perdeu posição para a Bahia. A produção goiana gerou arrecadação de R$166,693 milhões aos cofres públicos. Enquanto o desempenho baiano resultou em R$175,174 milhões – o que representa crescimento de 86% para aquele estado. Um salto explicado por especialistas do setor como resultado de ambiente atrativo para o início das explorações minerais. Por outro lado, Goiás mantém peso como polo de desenvolvimento da mineração no País. Ocupa o primeiro lugar na produção de níquel (45%) e vermiculita (82%) e segundo em fosfato (37%), cobre (21%) e nióbio (14%). Isso fez com que o Estado sediasse a Feira da Indústria da Mineração, que terminou nesta quinta-feira (26), bem como o 7º Encontro Nacional da Média e Pequena Mineração. EstímuloPara o presidente do Sindicato das Indústrias Extrativas do Estado de Goiás e do Distrito Federal (Sieeg-DF), Luiz Vessani, desde a década de 1980 a atividade foi perdendo musculatura sem uma pasta dedicada a ela no governo estadual. “A mineração é um processo de investimento que tem fase inicial em que se gasta dinheiro e não produz, por isso é preciso que o Estado entenda o potencial”, diz. Ele avalia que, diferente do cenário da Bahia, por exemplo, não há pesquisas e preparo que coloque as oportunidades no mercado em estágio mais avançado. “Goiás precisa de plano para desenvolvimento da mineração e estamos em conversa com o Estado, que se dispôs a fazer, o governo está sensibilizado.”Titular da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços, Joel Sant’Anna defende que a pandemia pode ter impactado nos resultados do setor. “Temos trabalhado em conjunto, porque Goiás estava sem um plano de mineração e trabalhado para isso com a Sudeco para ter recurso e planejamento até 2042”, revela o secretário. Ele cita investimentos recentemente anunciados como da Hochschild Mining e da Anglo American. “O Estado tem muitas questões que podem ser efetivadas a partir de agora, porque o mercado do níquel principalmente com a questão da guerra tem grandes perspectivas para exportações.” “No ouro (Hochschild Mining), o investimento é de R$1 bilhão e de R$2,2 bilhões com Anglo. Ninguém investe para ter retorno menor de 50 vezes disso no solo, precisa de ter informações confiáveis.” De acordo com o secretário, maior agilidade com licenciamento ambiental tem auxiliado a atratividade de investimentos. Estados que mais arrecadam Dados da Contribuição Financeira pela Exploração Mineral (CFEM)2021ParáR$ 4,812 bilhõesMinas GeraisR$ 4,602 bilhõesBahiaR$ 175,174 milhões GoiásR$ 166,693 milhõesMato GrossoR$ 102,394 milhõesFonte:ANM Leia também: -Indústrias goianas ampliam produção de fertilizantes-Goiás precisa qualificar mais de 309 mil trabalhadores em ocupações industriais até 2025