As empresas prestadoras de serviços em Goiás experimentaram um período de aceleração de seus negócios, no último mês de julho, principalmente dos segmentos de transportes, turismo e lazer. O incremento no transporte de grãos, mercadorias e de passageiros e um significativo aumento da movimentação em hotéis e restaurantes fizeram Goiás registrar o maior crescimento do País no volume de serviços prestados no último mês de julho, com alta de 4,7% em relação a junho. Na comparação com julho de 2021, o crescimento foi de 13,2%, também puxado por uma maior busca por serviços ligados ao turismo, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Foi o melhor resultado desde março de 2015. Mas o melhor resultado foi registrado pelo segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que prestaram 33,8% mais serviços que em julho de 2021, resultado do escoamento de safra agrícola, carregamento de mercadorias e retomada do transporte de passageiros.“Tivemos um crescimento do PIB e uma recuperação da economia”, destaca o superintendente do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira. Medidas como a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas e o aumento de benefícios sociais, além da redução do desemprego e o aumento da produção contribuíram para a melhora nos indicadores econômicos. O volume de serviços prestados às famílias também cresceu 22,3% no período, acumulando uma alta de 28,5% em 2022. O grande destaque foi a maior movimentação em hotéis e restaurantes, com a retomada da busca por serviços ligados ao turismo num mês de férias. Para o superintendente do IBGE, este cenário é um efeito positivo da melhora no quadro pandêmico. Ele lembra que houve a retirada de praticamente todas as restrições e a volta de grandes shows e eventos em Goiânia, o que ajudou a movimentar mais o setor hoteleiro e gastronômico.Leia também:- Melhor situação fiscal eleva classificação de Goiás na Secretaria do Tesouro Nacional- Usuários aprovam 5G em Goiás, mas sinal ainda é para poucos- Endividamento das famílias em Goiânia atinge 58% em agostoÉ um setor com atividades mais presenciais e que tinha acumulado uma demanda reprimida. “A classe média, que pôde ficar muito tempo em home office, acumulou uma poupança que hoje está sendo gasta em viagens e restaurantes. Uma mostra disso são as longas filas em restaurantes da cidade em alguns dias”, destaca Edson. Bares e restaurantesPara o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Goiás (Abrasel Goiás), Danillo Ramos, além do IBGE, outros indicadores, como a geração de empregos medida pelo Caged, confirmam a retomada do segmento, graças ao fim das restrições sanitárias e a volta do consumo das famílias. “As pessoas também estão tendo um incremento maior da renda por causa da queda na taxa de desemprego”, acredita.Em julho, o índice de atividades turísticas em Goiás subiu 3,4% em relação ao mês de junho e 23,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi a 16ª alta seguida, após 13 quedas consecutivas por conta da pandemia. Danillo Ramos ressalta que, depois de um período muito difícil, quando muitos bares e restaurantes fecharam as portas, hoje 40% dos estabelecimentos informam que já registram lucro, 25% ainda contabilizam prejuízo e o restante conseguiu alcançar um equilíbrio.As perspectivas para os próximos meses são muito positivas. Além do fato do segundo semestre do ano ser historicamente melhor para os bares e restaurantes do que o primeiro, este ano ainda teremos a Copa do Mundo, um evento que atrai muita gente para os estabelecimentos que transmitem os jogos. “Isso vai gerar mais contratações. O tamanho do impacto ainda dependerá do desempenho da seleção brasileira, mas estamos animados”, garante o presidente da Abrasel Goiás.O presidente da Agência Estadual de Turismo (GoiásTurismo), Fabrício Amaral, lembra que julho foi um mês de grande movimentação do turismo no Estado. Somente a Aviva, detentora dos destinos Rio Quente (GO) e Costa do Sauípe (BA), registrou números recordes de vendas e ocupação no mês. Ele ressalta que, com a pandemia, muitos goianos trocaram viagens longas por destinos mais próximos, dentro do Estado.“A possibilidade do trabalho remoto também tem levado muita gente para os principais destinos turísticos de Goiás até no meio da semana”, destaca Fabrício. Ele lembra que grandes shows realizados em Goiânia nos últimos meses movimentaram o turismo local. “Somente o do Guns N’ Roses gerou uma bilheteria de R$ 15 milhões e R$ 250 mil de ISS à Prefeitura.”