O ano de 2019 ainda foi de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios goianos, antes dos reflexos negativos da pandemia do coronavírus na geração de riquezas. Naquele ano, o PIB de Goiânia chegou a R$ 52,9 bilhões, um crescimento de 7,3% em relação a 2018, e a capital subiu duas posições no ranking nacional, voltando a ser a 14ª economia do País. Porém, os números do desempenho das economias municipais, divulgados ontem pelo Instituto Mauro Borges (IMB) e pelo IBGE, ainda mostram uma grande concentração de riquezas em poucas cidades.Em 2019, Goiás atingiu o montante de R$ 208,6 bilhões em produção de riquezas, o que representou um incremento de quase R$ 13 bilhões em relação a 2018. Além de Goiânia, que recuperou as duas posições que havia perdido no ano anterior, os PIBs de Anápolis (76º) eAparecida de Goiânia (79º) também estão entre os 100 maiores do País. Mas, em 2019, Anápolis caiu duas posições e Aparecida subiu dois degraus no ranking nacional. A capital goianiense tem a segunda maior economia do Centro-Oeste e 9 dos 20 maiores PIBs da região são goianos. O pesquisador em Economia do IMB, Luiz Batista, lembra que o ranking estadual de geração de riquezas manteve praticamente os mesmos municípios de 2018.Em 2019, a geração de riquezas pela agropecuária goiana cresceu 1,4%, registrando um valor adicionado (VA) de R$21,17 bilhões e mantendo a sua participação de 11,4% na estrutura produtiva. Um dos grandes destaques no Estado em 2019 foi o município de Rio Verde, que subiu do quarto para o terceiro maior PIB agropecuário do País, após um crescimento de 5,6% na geração de riqueza oriundas do setor, atrás apenas de São Desidério (BA) e Sorriso (MT). Outros destaques do setor em Goiás foram os municípios de Jataí, que subiu da 8ª para a 7ª posição nacional, e de Cristalina, que foi a 12ª maior economia agropecuária do País em 2019. “Goiás teve nove municípios figurando no ranking dos 100 com maior valor adicionado ao setor no País”, completa o pesquisador do IMB.A indústria goiana produziu um valor apurado de quase R$ 39,2 bilhões em 2019, sendo que 22 municípios tiveram a atividade industrial como a principal atividade econômica. Os dez maiores municípios com participação no setor representam 59,1% de toda riqueza gerada, que somou R$ 23,1 bilhões, sendo: Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Catalão, Rio Verde, Luziânia, Senador Canedo, Itumbiara, Jataí e Barro Alto.Até 2018, somente Goiânia e Anápolis figuravam no ranking nacional das 100 cidades com maior PIB industrial. Já em 2019, Aparecida também entrou nesta lista ocupando a 100ª posição. “Isso remete ao crescimento da indústria goiana, que tem no setor agropecuário local um importante fornecedor de matérias-primas”, destaca Luiz Batista. “Somos reconhecidos pela força do agronegócio, mas também estamos avançando no beneficiamento de insumos e matérias primas, por meio da atividade industrial que vem aumentando sua participação em nossa economia”, avalia o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima.Os municípios goianos com maior PIB per capita (riqueza gerada dividida pela população local) são aqueles com uma população menor e alguma atividade econômica forte. O valor médio do PIB per capita de Goiás ficou em R$ 29.732 em 2019. O primeiro colocado naquele ano foi Davinópolis, com uma população de pouco mais de 2 mil habitantes e um PIB per capita de quase R$ 204 mil, por conta do valor adicionado pela geração de energia elétrica na usina Serra do Facão, na divisa com Catalão. O segundo melhor desempenho neste indicador de renda média foi Alto Horizonte, com um PIB de R$ 147,2 mil por habitante, onde se destaca a produção de ouro e cobre. Já a economia de Chapadão do Céu, que tem o terceiro maior PIB per capital, é movimentada pela forte produção agropecuária com forte geração de riquezas.ConcentraçãoPara o superintendente do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira, a grande concentração de riquezas ainda é um dos destaques do PIB goiano. Ele lembra que as 10 maiores economias do País responderam por 26,6% da geração de riquezas em 2019. Mas, quando se consideram os 10 municípios com os maiores PIBs do Estado de Goiás, este índice sobe para 51,5% das riquezas geradas, sendo que somente Goiânia respondeu por mais de um quarto disso: 25,4% naquele ano. “Se pegarmos somente Goiânia, Aparecida e Anápolis, já teremos 39,3% do PIB do Estado”, completa o superintendente do IBGE.-Imagem (1.2373871)