O Ministério da Economia diminuiu a expectativa oficial para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 5,3% para 5,1%. Para 2022, a previsão caiu de 2,5% para 2,1%. O corte na projeção deste ano já havia sido sinalizado em setembro, quando a queda de 0,1% da economia no segundo trimestre frustrou as expectativas do governo - que projetava um avanço de 0,25% no período.De acordo com o Ministério, o principal fator doméstico para o corte é a deterioração das condições financeiras no País, com elevação dos juros. As taxas têm sido estimuladas pelo avanço da inflação e pela desconfiança do mercado em relação às contas públicas, impulsionada principalmente pela discussão da proposta de emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios - que dribla o teto de gastos.A pasta afirma que as principais economias globais têm sido afetadas em decorrência de fatores como a quebra de cadeias de suprimentos para a indústria, problemas na oferta de energia e elevação dos preços.A projeção para a inflação brasileira também piorou nos dados atualizados nesta quarta-feira (17). A expectativa do governo para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 saltou de 7,90% para 9,70%. Para 2022, a projeção de IPCA passou de 3,75% para 4,70%.Apesar dos cortes, os valores do governo continuam melhores do que os esperados pelo mercado. De acordo com o mais recente boletim Focus, que traz previsões feitas por analistas e reunidas pelo Banco Central, a expectativa é de crescimento de 4,88% para 2021 e de 0,93% para 2022.Alguns bancos, inclusive, vão além e já veem recessão no ano que vem. É o caso do Credit Suisse, que projeta contração de 0,5% em 2022 citando a escassez global de insumos e a fraca dinâmica da atividade econômica.Na inflação, o mercado também estima um desempenho pior do que o calculado pelo governo. De acordo com o Focus, os analistas veem a alta do IPCA em 2021 em 9,77%. Para 2022 a expectativa está em 4,79%.As novas projeções do ministério estão no Boletim Macrofiscal, atualizado bimestralmente pela Secretaria de Política Econômica (SPE).