O governo de Goiás vai abrir crédito especial de R$ 37,6 milhões no orçamento estadual à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds), com o objetivo de arcar com a despesa de programas sociais que serão lançados neste ano, mas não estavam previstos quando os gastos da pasta foram planejados inicialmente.A primeira-dama de Goiás, Gracinha Caiado, irá à Assembleia Legislativa de Goiás nesta terça-feira (7) para entregar aos deputados um pacote com quatro projetos. Gracinha também é coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais (GPS) e presidente de honra da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).Os programas são: Goiás por Elas, Dignidade e Família Acolhedora Goiana, que devem ser implementados ainda neste ano. Além disso, o estado também encaminhará o projeto que institui o Cofinanciamento Estadual da Assistência Social, que tem o objetivo de complementar financiamentos federal e municipais do Sistema Único de Assistência Social (Suas). O projeto que será discutido na Assembleia começará a valer a partir de 2024. O impacto financeiro do pacote completo será de R$ 75,6 milhões.A área social é uma das principais bandeiras do segundo mandato do governador Ronaldo Caiado (UB). Após sua reeleição em 2022, Caiado chegou a anunciar a criação de “autoridade estadual social” em um “Banco Central dos pobres”. A ideia perdeu força após rompimento do consultor Marcelo Garcia Vargens, cotado para o posto de formatador do projeto, após Caiado declarar apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno da eleição de 2022.Em entrevista ao POPULAR publicada na edição do dia 3 de março de 2023, o secretário Geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, disse que Caiado mudou sua visão sobre o conceito de autoridade social e decidiu reforçar o Gabinete de Políticas Sociais. “Acho que ele cumpriu o que foi falado, considerando o objetivo, sem precisar de uma autoridade social única”, disse Adriano, na entrevista.Leia também:- “Eram obras lançadas e ficavam como carcaça”, diz Rocha Lima sobre obras de gestões anteriores- 403 mil famílias vivem na extrema pobreza em Goiás- Investimentos caem de 13,8% para 6% em 2022PropostasO programa Goiás por Elas prevê R$ 300 por mês para mulher em situação de violência doméstica e familiar, que esteja em vulnerabilidade social, segundo texto da minuta, a qual a reportagem teve acesso. A mulher será elegível ao benefício em caso de extrema pobreza, residente em Goiás, beneficiada com medida protetiva de urgência e portadora de Boletim de Ocorrência registrado pela Delegacia de Polícia Civil ou Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). A expectativa é que, inicialmente, mil mulheres recebam o benefício.Já o projeto do programa Dignidade propõe o pagamento de R$ 300 para idosos com idade igual ou superior a 60 anos e inferior a 65 anos que vivam em situação de pobreza ou de extrema pobreza. A reportagem apurou que a expectativa do governo é beneficiar inicialmente cerca de 10 mil pessoas.CriançasNo Família Acolhedora Goiana, o objetivo é abrigar, em residências de famílias cadastradas, crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por causa de determinação judicial. Um dos artigos do projeto prevê que crianças e adolescentes apenas serão encaminhados à inclusão no programa com determinação da autoridade judiciária competente.A proposta também sugere a criação de bolsa-auxílio no valor de um salário mínimo por criança ou adolescente acolhido. Nos casos de crianças com deficiência ou com demandas específicas de saúde devidamente comprovadas com laudo médico, o valor pode ser ampliado em até um terço.O texto da minuta prevê ainda que a família acolhedora não poderá se ausentar do município em que mora com a criança sem a prévia comunicação à equipe técnica. Além disso, caso a alteração de endereço ou de município seja necessária, deve ser autorizada pelo Judiciário e comunicada à equipe do programa.-Imagem (1.2626496)