A inflação acumulada pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) ainda está em dois dígitos, acima de 10%, em 4 das 11 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No Brasil, a alta verificada em 12 meses desacelerou para 9,60% até agosto, informou nesta quarta-feira (24) o instituto. O índice acumulado estava acima de 10% havia 11 divulgações, desde setembro de 2021.De acordo com o IBGE, Salvador registrou a maior inflação medida pelo IPCA-15 até agosto: 10,88%. A alta estava em 12,74% até julho. Na metrópole baiana, vestuário (29,36%) e alimentação e bebidas (15,05%) foram os grupos de produtos e serviços com as maiores variações em 12 meses até agosto.São Paulo teve a segunda maior alta no período. O IPCA-15 subiu 10,39% até agosto na região metropolitana da capital paulista. Vestuário (17,03%) e alimentação e bebidas (15,95%) também foram os grupos com os avanços mais intensos. O IPCA-15 acumulado estava em 11,57% até julho em São Paulo.Rio de Janeiro (10,17%) e Curitiba (10,07%) são as outras duas metrópoles que ainda acumulam alta de dois dígitos em 12 meses. A outra ponta da lista é ocupada por Belém. A região metropolitana da capital paraense registrou inflação de 7,20% até agosto. É a variação menos intensa nas capitais. Porto Alegre (7,93%) e Goiânia (8,35%) vêm na sequência.Leia também:- Pobreza extrema cresce 80% em 1 ano em Goiânia e região metropolitana- IPCA de Goiânia em julho tem maior queda histórica desde 1991, com 2,12%Até julho, 10 das 11 metrópoles tinham IPCA-15 acima de 10%. Curitiba mostrava a maior variação até o mês passado (12,75%), e Belém (9,10%), a menor. O índice oficial de inflação no Brasil é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), também divulgado pelo IBGE.Como a variação do IPCA é calculada ao longo do mês de referência, o dado de agosto ainda não está fechado. Será conhecido no dia 9 de setembro. O IPCA-15, pelo fato de ser divulgado antes, sinaliza uma tendência para os preços. O indicador prévio costuma ser calculado entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação. Neste caso, a coleta do IPCA-15 ocorreu de 14 de julho a 12 de agosto.A carestia às vésperas das eleições pressiona o governo Jair Bolsonaro (PL), que teme os efeitos da perda do poder de compra dos brasileiros. Para tentar reduzir os danos, o presidente aposta em um pacote de benefícios turbinados, incluindo o Auxílio Brasil, e no corte de tributos, que já alcançou parte dos preços.Na reta final de junho, Bolsonaro sancionou projeto que definiu teto para cobrança de ICMS (imposto estadual) sobre combustíveis, energia elétrica, transporte e telecomunicações. A medida resultou em baixa nos preços de produtos como a gasolina.IPCA-15 acumulado em 12 meses até agosto, em %1 - Salvador (BA) — 10,882 - São Paulo (SP) — 10,393 - Rio de Janeiro (RJ) — 10,174 - Curitiba (PR) — 10,075 - Recife (PE) — 9,596 - Fortaleza (CE) — 9,157 - Brasília (DF) — 8,958 - Belo Horizonte (MG) — 8,499 - Goiânia (GO) — 8,3510 - Porto Alegre (RS) — 7,9311 - Belém (PA) — 7,2Fonte: IBGE