Atualizado às 22:36 desta terça-feira (11)A inflação em Goiânia alcançou 10,31% em 2021. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o acumulado do ano teve a maior alta desde 2015, quando o índice chegou a 11,10%. O que mais aumentou de preço no ano passado foi o transporte por aplicativo (56,47%), depois aparecem os combustíveis de veículos. O etanol teve destaque, pois subiu 54,04%, depois na lista vem a gasolina (46,72%) e o óleo diesel (46,62%).No País, o IPCA fechou com acumulado de 10,06%, também a maior taxa em seis anos. Extrapolou a meta de 3,75% definida pelo Conselho Monetário Nacional, cujo teto era de 5,25%. De acordo com o tecnologista em informações geográficas e estatísticas do IBGE em Goiás, Alessandro de Siqueira Arantes, a inflação oficial da capital goiana ficou acima do registrado no País especialmente porque os itens com maior peso, alimentação e transportes, subiram acima da média brasileira.Esses grupos foram os únicos cuja variação em Goiânia foi superior. Alimentação alcançou 8,12% enquanto no Brasil chegou a 7,94%. No caso dos transportes, a capital registrou 23,67% de aumento em 2021 e a média brasileira foi de 21,03%. “O peso deles representam metade do índice do IPCA, por isso estão neles o motivo da variação geral acima do nacional.”Além do transporte por aplicativo e dos combustíveis, outros itens de maior variação no ano para os goianienses foram o gás de botijão, que subiu 39,38%, e a energia elétrica residencial (21,74%). Entre os alimentos que mais subiram no ano passado, estão mamão (75,22%), café moído (47,37%), cebola (45,24%) e o açúcar cristal (37,26%).PressãoFatores climáticos e o câmbio são os principais responsáveis por pressionar os preços durante o ano que passou, além de reflexos em cadeia devido à pandemia de Covid-19. O transporte por aplicativo refletiu o aumento de custos para se manter um carro e, em especial, para abastecê-lo. Em dezembro, pesquisa do IBGE mostra que os combustíveis tiveram um recuo de 2%, porém, ainda assim, a pressão de todo o ano fez com que o aumento deste item fundamental para a população fechasse em 47,88%.Aumento do barril de petróleo no mercado internacional e do dólar fizeram a gasolina disparar, enquanto problemas climáticos como seca e geada afetaram o preço da cana-de-açúcar, o que refletiu em todo o mix de produtos, que inclui o etanol e também o açúcar cristal.Em dezembro, a inflação geral da capital ficou abaixo da nacional, com 0,58% de variação ante 0,73%. Alessandro Arantes, do IBGE, explica que há sazonalidade que influencia. “Tivemos aumentos em quase todos os grupos, mas houve recuo em educação e habitação. No fim do ano, não costuma ter reajuste de escolas, por exemplo, o que possivelmente vai aparecer em 2022”, ressalta.Final do anoO maior encarecimento de produtos e serviços aconteceu em março, outubro e novembro. Ainda assim, o último mês de 2021 foi marcado por pressões importantes na renda, como a alta da carne (3,53%), item de peso na cesta de compras das famílias. “Apesar da inflação não ter sido tão pesada, existiu e com demanda aquecida por produtos e artigos comuns de fim de ano há tradicionalmente uma alta de preços.”Artigos de residência (2,59%), vestuário (2,04%) e alimentação e bebidas (1,47%) foram os principais destaques. Enquanto recuos ocorreram na educação (-0,03%) e na habitação (-0,69%). Com isso, pelos índices regionais, a capital teve a quinta menor variação do IPCA no País em dezembro.Enquanto isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de Goiânia chegou a 9,48% em 2021. “Ele segue a mesma lógica dos motivos que o IPCA, a diferença é que alguns itens têm peso diferentes ou não entram no cálculo, pois o resultado é da inflação para famílias com até cinco salários mínimos.” De nove grupos pesquisados, oito fecharam em alta. Apenas comunicação terminou o ano com redução de valores (-0,24%).-Imagem (1.2385243)