Os combustíveis continuam seguindo uma trajetória de alta em Goiânia. Ontem, o litro da gasolina já estava sendo vendido por até R$ 7,479 e o do etanol chegou a custar até R$ 5,799 na capital. Na semana passada, Goiânia voltou a figurar como a segunda capital com a gasolina mais cara do País, segundo a pesquisa semanal da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Também chama atenção a grande variação entre os preços praticados nos revendedores, o que reforça a importância de pesquisar antes de abastecer o veículo.Ontem, segundo o aplicativo EON - Economia Online, da Secretaria de Estado da Economia, que publica os preços praticados no mercado goiano em tempo real, o litro da gasolina custava R$ 6,52 num posto e R$ 7,47 em outro, uma diferença de R$ 0,95. Já o preço do litro do etanol variava de R$ 4,99 a R$ 5,79, diferença de R$ 0,80.O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto-GO), Márcio Andrade, informa que, desde o último reajuste oficial da Petrobras, no dia 26 de outubro, os preços da gasolina e do etanol já tiveram vários pequenos aumentos nas distribuidoras. Ele alega que, desde então, os revendedores foram absorvendo estes reajustes para evitar novos repasses ao consumidor, depois que a gasolina chegou a R$ 7,27.Ontem, o Sindiposto apresentou notas fiscais de compra de combustíveis que mostram altas de até R$ 0,13 no preço da gasolina e de até R$ 0,30 no etanol desde 27 de outubro. O litro da gasolina já chega aos postos por até R$ 6,50 e o do etanol por 4,96. “A maioria dos postos ainda vende o etanol com uma margem baixíssima, que já não cobre nem os custos”, afirma Márcio. Segundo ele, nas últimas semanas, os preços sofreram pressões dos reajustes nos preços do etanol anidro, que é misturado à gasolina, e até o do hidratado.De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), unidade da Universidade de São Paulo (USP), nas últimas cinco semanas, o preço do litro do etanol anidro em Goiás passou de R$ 3,78 para R$ 4,15 e o do combustível hidratado foi de R$ 3 para R$ 3,37. O principal motivo para este patamar histórico de preços são problemas na safra.O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol no Estado (Sifaeg), André Luiz Rocha, explica que os altos preços são consequência de uma menor oferta do produto. “Tivemos uma redução em função de secas em 2020 e este ano, de três geadas que afetaram a região Centro-Sul, maior produtora nacional, além de incêndios que prejudicaram o desenvolvimento da cana”, lembra. Com tudo isso, o início da safra atrasou cerca de 10 dias e termina com um fenômeno chamado de ‘morte súbita’, quando a cana não consegue mais se desenvolver. Menos cana resultou numa menor produção de etanol e de açúcar. Por outro lado, houve um aumento de 25% no etanol anidro, que é misturado à gasolina. “Mesmo com os altos preços da gasolina, houve um consumo bem maior que no ano passado e precisamos produzir mais anidro”, destaca.A safra atual de cana de açúcar também deve terminar pelo menos 15 dias mais cedo que as anteriores. Das 35 usinas que produzem etanol em Goiás, 26 já encerraram a produção, duas devem finalizar esta semana, outras quatro encerram a moagem na próxima semana e as três restantes encerram até o início de dezembro. O pior é que não há expectativa de antecipação do início da próxima safra porque a cana não está se desenvolvendo, o que indica preços ainda altos em 2022. “Ainda teremos que ver o comportamento das chuvas de verão, mas tudo indica que a safra 2022 deve atrasar e ser até menor que a atual”, explica André. -Imagem (1.2355755)