De acordo com levantamento da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), 58,2% de 90 empresas goianas ainda não conseguiram voltar ao patamar de antes da pandemia da Covid-19. Um dos maiores gargalos está no acesso ao crédito. Empresários se queixam que, quando conseguem acesso a algum, é de forma restrita. A pesquisa foi divulgada ontem pela associação. A Acieg fechou a pesquisa no dia 26 de outubro e já havia feito outra, há 19 meses, no início da pandemia. No primeiro levantamento, os maiores gargalos apresentados pelos empresários eram as despesas sem programação de receita, a folha salarial e o acesso ao crédito. Na pesquisa atual, os dados não mudam muito, mas é possível ver aumento do gargalo com o acesso ao crédito, com a concorrência desleal e aluguel. Os dois últimos passaram a ser a queixa de mais de 15% dos entrevistados (veja quadro nesta página).A pesquisa conversou com empresários do comércio, das indústrias e do setor de serviços. Foram ouvidas empresas de pequeno, médio e grande porte. Dentre os entrevistados, 43% dizem ter conseguido acesso a crédito, mas de forma mais restrita. Outros 17,5% não conseguiram e 39,5% não buscaram.Além disso, 41,9% disseram que conseguiram superar as perdas nas vendas, em relação ao período pré-pandemia. Outros 25,6% dizem que conseguiram recuperar até 80% do que era vendido antes. Já 32,6% não recuperaram nem a metade.Para o presidente da Acieg, Rubens Fileti, os dados revelam que o que já se via de problemas no início da pandemia se potencializou. “O principal é a falta de dinheiro para pagar as contas, que faz com que a empresa recorra aos bancos para socorrê-la”, diz, ao destacar que as condições para conseguir crédito estão cada vez mais difíceis.Leonardo Calembo, dono da Visalia Propaganda, é um dos que não conseguiu alcançar nem 50% do faturamento que tinha antes da pandemia. “O ramo da propaganda é o primeiro que o cliente corta para economizar. Então, fomos muito afetados”. Ele também se queixa da dificuldade para conseguir crédito. “Estão pedindo as mesmas exigências para pequenas e grandes empresas e às vezes, nós (microempresários) não temos condição de ter um fiador”, reclama.Fileti diz que a Acieg vai criar o programa Aciex Bank para ajudar as empresas a conseguirem cumprir critérios de acesso a crédito.-Imagem (1.2345113)