O cientista político, professor e membro permanente dos programas de pós-graduação em Direito e Políticas Públicas e Ciência Política da Universidade Federal de Goiás (UFG), Robert Bonifácio, lidera a elaboração de uma pesquisa de impacto social do programa Bora Agora #empreender, realizado com 20 mulheres de baixa renda na Região Metropolitana de Goiânia. “Trata-se de experimento para avaliar se, da forma como está, o programa é mesmo efetivo. O objetivo é analisar se a iniciativa contribui para melhorar a vida dessas mulheres”, esclarece o pesquisador. Questionários on-line foram aplicados entre todas as inscritas, com perguntas sobre renda, cor e perspectivas do curso. Outro será aplicado agora, após concluídos os módulos de aprendizagem.Como muitas já possuem negócio próprio, Robert diz que será analisado se vão conseguir incrementar as vendas e aumentar a renda com o que aprenderam e os 500 reais doados para investimento. “Se for constatado que funciona mesmo, a ideia é replicar a experiência e assim expandir o número de beneficiadas.” Para isso, ao longo de seis meses serão acompanhadas essas costureiras, artesãs, cozinheiras e profissionais do segmento de estética, como manicures e depiladoras, para verificar se conseguiram ampliar os ganhos. Uma delas, a cozinheira Maria das Dores Sena Rosa, que pretende expandir as vendas de marmitex abrindo um bar para servir “jantinha”. O pesquisador lembra que em períodos de crise econômica, um dos caminhos possíveis é o empreendedorismo. Ele cita levantamento do Sebrae segundo o qual há um aumento sustentado de mulheres empreendedoras em estágio inicial de negócio (com até 3,5 anos de abertura) ao longo do tempo, chegando a 50% do total em 2019. Mas ressalva que o aumento da atividade empreendedora pode ser um sintoma da diminuição ou da precarização das ofertas de trabalho.Dados de agosto, o último mês divulgado, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, do IBGE, mostram que do total de pessoas ocupadas, as mulheres representam 41,% do total.