O Centro de Empreendedorismo e Inovação (CEI), incubadora de empresas da UFG, quer ampliar o número de startups atendidas. Atualmente são 12 empresas, ou lotação máxima. O gerente do CEI, Anderson Almeida Dias, lembra que existem três fases no processo: a pré incubação, a incubação e a pós incubação. A primeira etapa trabalha com os projetos de inovação, onde a pessoa apresenta sua ideia e passa por um processo seletivo que irá avaliar seu potencial para o mercado e aprová-la ou não.Através da parceria com o Sebrae, é definido o modelo do negócio e do produto que será levado ao mercado. Na fase de incubação, a pessoa já tem o produto mais definido, ou seja, um protótipo, onde a ideia já está trabalhada para ser lançada no mercado. “Na pré incubação, a pessoa ainda tem apenas um CPF. Na incubação, ela já entra com um CNPJ”, destaca Anderson.Ele explica que, durante esta etapa, são fornecidas as ferramentas para que elas possam crescer no mercado, através de instrumentos como mentorias, consultorias e cursos. Entre as 12 empresas atendidas pela incubadora, algumas são residentes, ou seja, utilizam o espaço físico do CEI, pagando uma taxa bem abaixo do valor de mercado. Outras têm seus próprios espaços em outros locais. Além disso, 17 projetos estão pré incubados.As empresas atendidas também contam com parcerias com outras instituições para o desenvolvimento de seus projetos, como laboratórios de pesquisa. Já a pós incubação consiste no acompanhamento e atendimento às empresas já incubadas que estão atuando no mercado. O resultado é um índice de 70% de permanência no mercado das startups que são incubadas. “Geralmente, esta costuma ser a taxa de mortalidade das novas startups que chegam ao mercado de maneira geral”, lembra o gerente do CEI. Para ele, o governo estadual poderá ajudar mais investindo em programas de transferência de tecnologia e inovação e lançando mais editais com projetos para fomentar incubadoras. Outro fator importante seria facilitar questões legais para a abertura de startups, que ainda estão começando. “Dependendo do perfil do CNAE, há muitas exigências que acabam dificultando e até inibindo os novos negócios”, alerta.Para aumentar o número de startups incubadas residentes, Anderson lembra que é preciso expandir o espaço físico para elas. O parque tecnológico da UFG vai receber cerca de 17 milhões em financiamentos e parte dessa verba será utilizada para construir espaço físico para incubar empresas. Para as não residentes, ele acredita que é possível aumentar o atendimento de imediato e estratégias estão sendo pensadas. “Para ambos os casos, precisamos de apoio dos órgãos de fomento e do estado, no sentido de projetos em parceria”, alerta.A startup Total Strategy, que cuida da validade de produtos no varejo alimentício e farmacêutico, está na incubadora Inovacentro da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e criou o aplicativo Box 2.0. A representante da empresa, Cynara Bahia, explica que ele é instalado no celular usado nos estabelecimentos para ser utilizado pelos promotores de venda e repositores. “Quando não usam o app, eles fazem isso manualmente no papel e precisam ficar conferindo o tempo todo. O app gera alertas periódicos sobre os produtos próximos da validade para serem colocados em promoção ou trocados”, informa.Cynara lembra que, hoje, cerca de 2,4% do faturamento das empresas que trabalham com produtos que têm validade são jogados no lixo porque eles vencem antes de chegar ao consumidor. “Temos uma demanda grande porque conseguimos oferecer a solução para todo País, mas ainda enfrentamos dificuldade da quebra de paradigma por supermercadistas”, conta. Ela ressalta a importância de ações dos governos e entidades como o Sebrae, além de programas como o Centelha. “As incubadoras colaboram muito com o amplo conhecimento repassado às empresas”, avalia. Mas ela lembra que, em Goiás, ainda falta ter um nicho de investidores interessados em investir nas boas ideias. “Fomos acelerados por aceleradoras de Brasília e Campinas (SP)”, ressalta.-Imagem (1.2522261)