A Prefeitura de Goiânia anunciou no início da noite desta segunda-feira (17) que haverá novas restrições às atividades econômicas por 15 dias para conter o aumento de casos de Covid-19 e de gripe. Isso com limitação de público que vai dos shoppings e igrejas até a proibição de festejos de pré-carnaval. Inicialmente, a previsão era que o anúncio do novo decreto acontecesse até quarta-feira (19).Previsto para ser publicado nesta terça-feira (18), o novo decreto prevê que grandes eventos com licenças já emitidas pela administração municipal podem ser revistos de acordo com o cenário atual. Foi o que informou o secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, durante entrevista coletiva.Ele explicou que as autorizações vão ser discutidas uma a uma conforme as características de cada evento. “O importante, neste momento, é entender que, independente do perfil, se faz necessário restringir a quantidade de pessoas que se aglomera. Tentamos criar uma linearidade para ter restrições de forma rápida e por período planejado para um reflexo maior e mais rápido.”Questionado sobre shows que estão previstos para ocorrer no final de semana, o secretário informou que é feito um levantamento pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa sobre as licenças já emitidas pela administração. O que deve definir se vão ou não ser realizados nas datas divulgadas seriam as características de cada ambiente e quantidade de pessoas. Já para as novas agendas a promessa é de que o decreto traga as normativas. “Todos aqueles que ainda não possuem licenças solicitadas e não estão sob análise deverão ocorrer sob a vigência da modificação.”A previsão é de que fiquem proibidos os grandes shows, pistas de dança e pré-carnaval. Entre o que foi anunciado no Paço, as medidas estão voltadas principalmente para o setor de entretenimento, com restrições nos espaços fechados e abertos. Empresários deste setor participaram, nos últimos dias, das discussões com secretários e com o prefeito Rogério Cruz (Republicanos), que não estava presente no anúncio – por “razão de agenda”, segundo informado por sua assessoria.Nesta segunda-feira (17), representantes de eventos novamente estiveram no Paço e apontaram o que concordavam ou discordavam das medidas prestes a serem publicadas. Segundo a Prefeitura, o diálogo teria ocorrido porque o prefeito busca um equilíbrio. Não quer prejudicar as atividades econômicas e, ao mesmo tempo, precisa agir diante do aumento no número de pessoas doentes e da sobrecarga no sistema de saúde.O impacto econômico causado pelo afastamento de trabalhadores por causa de Covid-19, como no caso da aviação civil, da própria saúde e do transporte de cargas, foi citado por Durval como ponto importante que reforça a necessidade de limitações. O quantitativo de leitos para tratamento da doença, por outro lado, não seria o principal ponto de alerta. De acordo com o secretário, há possibilidade de flexibilização e trabalho para deixar margem de segurança de 20% de leitos desocupados.“Se no passado já houve dificuldade de internações por falta de equipamentos, materiais e insumos, hoje temos um impacto muito maior na dificuldade de contratação e manutenção de pessoas para atuar nessas atividades.” Por isso, esclarece que há atenção na taxa de positividade para guiar as medidas e a avaliação dos próximos 15 dias. O período define se deve ou não ocorrer alguma modificação nas limitações de circulação.Assim como as festas devem ter público menor, com eventos sociais com máximo de 500 pessoas, bares, restaurantes, lanchonetes e similares deverão funcionar com até 50% da capacidade do local, com distanciamento entre as mesas de 1,5 metro. Para garantir que isso seja cumprido, a Prefeitura anunciou que vai reforçar a fiscalização nos próximos dias.Outras limitações previstas pelo decreto incluem permissão apenas para 50% da capacidade nas boates e casas de espetáculo, sendo proibido o uso de pistas de dança e a permanência de pessoas em pé. Shoppings, cinemas, igrejas, espaço de recreação e práticas esportivas, Zoológico e o Parque Mutirama também só podem receber número de pessoas que corresponde à metade da capacidade total.Limitação ampla de público surpreende empresáriosUma restrição mais ampla de público, que não fica limitada aos grandes eventos, foi anunciada pela Prefeitura de Goiânia na tentativa de conter o avanço dos casos de Covid-19 e de gripe na capital goiana. A decisão, que deve ser ainda mais detalhada em decreto previsto para ser publicado nesta terça-feira (18), surpreendeu alguns empresários.Depois de seguidas reuniões no Paço, havia expectativa de que apenas as grandes aglomerações ficassem mais restritas neste momento. Diretor da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) em Goiás, Marcus Freitas informou à reportagem que prefere comentar o assunto após a divulgação do decreto, quando será possível saber de todas as regras.Mas reconhece que há pontos como a proibição da realização do carnaval que não deve mudar. “Os eventos serão avaliados caso a caso, podem ser adiados ou cancelados, vai depender bastante da negociação com cada artista e empresário”, acrescenta ao citar que haviam programações para receber mais de 15 mil pessoas.Enquanto isso, o presidente da Federação do Comércio em Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi, defende que o comércio não deveria ter restrições impostas neste momento. Ele prefere se posicionar mais a fundo apenas após ter conhecimento do decreto, mas ao ser informado sobre redução no número de pessoas nos shoppings, por exemplo, opina que medidas deveriam ocorrer aos poucos e que o setor não seria ponto de preocupação, diferente de onde ocorrem as grandes aglomerações.-Imagem (1.2388477)