Atualizado às 23h desta terça-feira (30)A Prefeitura de Goiânia publicou no início da noite de ontem decreto municipal que define uma nova quarentena para a capital por conta da disseminação da Covid-19 na população goianiense. Conforme já havia anunciado, o prefeito Iris Rezende (MDB) optou por seguir na íntegra o que foi decretado pelo Estado, o isolamento intermitente de 14 dias por 14.Assim, a partir de hoje, o comércio varejista e outras atividades econômicas não essenciais terão de fechar por esse período para voltar a reabrir no dia 14 de julho. Isso porque o decreto passou a valer ontem, mas pelo horário da publicação seu efeito ocorrerá de fato a partir desta quarta-feira.A decisão desagradou representantes do setor produtivo, especialmente pelo pouco tempo em que o comércio varejista pôde ficar aberto na cidade. A Região da Rua 44, por exemplo, teve uma reabertura relâmpago, autorizada pelo documento anterior, abriu ontem e fecha hoje (leia mais na página 6).O retorno gradativo das atividades econômicas não essenciais na capital havia iniciado em 1º de junho, quando houve liberação de mercados municipais, treinos de futebol e imobiliárias. Depois, na semana passada, foi a vez do comércio varejista e atacadista, shoppings e centros comerciais, que voltaram a receber público. Por último, na terça-feira, as atividades do polo de moda da Rua 44.Segundo o procurador-geral do município, Brenno Kelvys, com isolamento social intermitente e revezamento das atividades, a capital une esforços para que ocorram medidas uniformes para combater a pandemia e mitigar os efeitos na área da saúde pública tanto regional quanto local. “Entendemos que é necessário uniformizar.” Ele reforça que o intuito da Prefeitura é que a capital possa dar exemplo no sentido de combate. “Temos projeções e estudos que nos afirmam que se nada for feito poderemos chegar a um resultado desastroso”, diz.O decreto municipal considera estudos estatísticos realizados pela Universidade Federal de Goiás (UFG), projeções de casos confirmados, a necessidade de leitos de UTI e os óbitos em decorrência da Covid-19. Os mesmos seguidos pelo Estado.Assim, por 14 dias, ficará permitido em Goiânia apenas o funcionamento de atividades descritas como essenciais no decreto estadual. Entre elas, supermercados, farmácias, postos de combustíveis, clínicas veterinárias, delivery e transporte coletivo público e privado. O que seguirá também com as mesmas medidas já adotadas de segurança, orientadas pelas autoridades de saúde, como uso de máscaras, assepsia das mãos e ações para evitar aglomerações.Quando terminar o período da quarentena, por 14 dias atividades liberadas anteriormente pela Prefeitura, como mercados e Região da Rua 44, voltam com regras de segurança e serão acompanhadas por novos segmentos, como o de restaurantes. Kelvys pontua que as exceções são as descritas também no decreto estadual. Só não poderão retornar aulas presenciais de instituições públicas e privadas, cinemas, teatros, casas de espetáculo e similares, bares, boates e outros estabelecimentos do tipo, academias poliesportivas e salão de festas e jogos.Apesar disso, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi, explica que era esperada uma decisão de Iris Rezende. “Foi conversado para abrir por 14 dias para depois fechar por 14. A 44 abriu hoje (ontem), empresários cancelaram suspensão de contrato com trabalhadores, fizeram estoque, e os shoppings também estão na mesma condição. Fechar tudo é um caos”, pontua.O presidente da Associação Empresarial da Região da 44 (AER44), Jairo Gomes, reforça que há sentimento de indignação, especialmente porque o segmento tentou negociar uma alternativa. Para ele, o prefeito foi insensível com os lojistas que ficaram mais de cem dias com negócios de portas fechadas e investiram para que a retomada ocorresse agora. “Goiânia virou uma ilha. Porque as outras cidades vão continuar a trabalhar. Quando ele (Iris) acompanha o governador, ele erra.”-Imagem (1.2077870)