Os cursos preparatórios para concurso público vivenciaram uma série de mudanças desde o início da pandemia de Covid-19. Aulas on-line e maior flexibilidade nas mensalidades foram algumas das medidas que se tornaram comuns no mercado a partir de 2020. Depois das restrições do isolamento social e agora com ao menos parte dos alunos de volta às salas de forma presencial, além do virtual, as instituições esperam um reaquecimento para 2022.Isso ocorre porque há o anúncio de novos editais tanto em Goiás como em outros Estados. O que traz novos concurseiros e mais otimismo para quem manteve os estudos. Coordenador do Tese Concursos, Pedro Menzel Galvão estima que o número de alunos ainda está em 50% do que era registrado antes da pandemia. Ele explica que há tendência de reaquecimento, porém a maior popularidade do ensino à distância ampliou a concorrência, que passou a existir com institutos de todo o País.“Tem de ter preço e qualidade para gerar interesse e mesmo o aluno que prefere o presencial tem opção do acompanhamento on-line.” No caso do Tese, com 30 anos de mercado, revela que com a pandemia foi preciso investimento e a principal mudança ocorreu na oferta on-line. Um estúdio foi montado para gravar as aulas e o digital foi incorporado de vez.Diferente do que ocorreu com outros cursos, a empresa conseguiu manter o prédio próprio e, com a retomada, o ensino à distância é tido como mais uma parte da estrutura. Pelas crises e mudanças de governo que o País já passou, o coordenador acredita que o mercado está acostumado com as oscilações no número de editais, mas não estava preparado para a suspensão das aulas presenciais.“Caiu muito o número de concursos. Há cinco anos nossa maior dificuldade é estimular a estudar nesta fase e não somente quando está perto de sair um edital”, completa o coordenador do Instituto Galeno, Winston de Paula. Ele ressalta que a esses desafios somam a questão econômica, como jovens desempregados com dificuldade de investir em preparatórios. “Criamos ferramentas até então impensáveis, como parcelamento em 12 vezes no boleto para dar a condição do estudo.”Redução de custos com funcionários e com a estrutura é outra medida relatada pelas instituições. Winston explica que com o isolamento social estar 100% on-line foi exigência, mas as salas de aula permaneceram pela expectativa de que com os editais a procura volte a aumentar. “Ano de eleição sempre motiva, porque infelizmente as gestões deixam (os concursos) para o último momento.”Além fronteiraProfessor do Raio Concursos, Diogo Lopes é outro que reforça a expectativa para 2022. Porém, a instituição, com a pandemia, deixou de oferecer aulas presenciais, a sede foi fechada, para ficar somente no ensino pela internet. Ele relata que com metodologia e experiência há conquista agora também de alunos de outros Estados.A diretora comercial do Diferencial Cursos, Rúbia Correia, concorda e ressalta que o perfil na sala mudou e, assim, há aposta na diversidade para o acesso ao preparatório. A empresa é uma das que flexibilizaram as mensalidades. Parte de R$ 33 por mês para curso à distância e vão até pacotes com presencial e on-line. “Houve uma evolução e o aluno precisa de maior diversidade de conteúdo para estar bem preparado, porque a concorrência também aumentou.” Disputas devem ficar mais acirradas, diz especialista Com o retorno de concursos públicos em maior volume, cursos preparatórios têm alertado os alunos de que a dificuldade para conquistar a aprovação será maior. Um aviso que ocorre especialmente para aqueles que esperam o edital ser publicado para iniciar os estudos. “Não é como uma mega-sena, o ponto de corte está alto e a diferença entre os primeiros colocados é mínima”, ressalta o Coordenador do Tese Concursos, Pedro Menzel Galvão.Reforço em conhecimentos básicos para depois focar nas exigências de cada banca é apontado por professores como essencial para quem de fato quer chegar na prova mais preparado. “Sorte em concurso é cair o que você mais estudou e não o chute”, diz. Por isso, os candidatos já estão de olho nos anúncios.Na capital, por exemplo, há concursos previstos pela Prefeitura para o primeiro semestre de 2022. Além do que foi adiado e será retomado, segundo o Paço, “com adequações e deve atingir todas as pastas da Prefeitura”. Já pelo Estado, o governo de Goiás pretende realizar pelo menos sete concursos públicos em 2022, com a abertura de aproximadamente 2 mil vagas. Elas estão concentradas principalmente na segurança pública, com previsão de quatro certames e 1.565 vagas.Entre elas, para Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Delegacia-Geral da Polícia Civil (DGPC) e Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) da Secretaria de Segurança Pública (SSP). O governo também já autorizou seleção para compor os quadros de profissionais da Secretaria da Administração (Sead) e da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), que ampliam mais as áreas de atuação.A Universidade Estadual de Goiás (UEG) também vai realizar concurso, para docentes de Medicina, com a contratação de forma parcelada.-Imagem (Image_1.2361872)