Pequenas e médias empresas goianas serão capacitadas para exportarem seus produtos e serviços. O governo do Estado lançou ontem, em parceria com a Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas da UFG, o programa Inova Export, que vai elaborar um modelo de inteligência comercial e incubação de empreendimentos com potencial exportador. Em janeiro, 73 empresas tiveram a inscrição homologada e passaram a receber capacitação on-line em gestões de tecnologia e inovação, comércio exterior, marketing e comunicação e financeira e de capital. Na próxima fase, 40 serão selecionadas e assistidas para o desenvolvimento de estratégias para a prospecção de clientes. Destas, 20 serão incubadas para entrarem no mercado de exportação. As empresas do setor de gastronomia, alimentos e bebidas, por exemplo, serão capacitadas com foco em inovação de produto, adequação sanitária e ambiental, além da inserção de tecnologias que reduzam a perecibilidade e os custos logísticos de exportação. Empresas de confecção e calçados terão foco em inovação de produto, com ênfase em estamparia digital, corte eletrônico e engenharia têxtil, além do alinhamento de seus portfólios a hábitos e demandas dos países de destino.O secretário de Estado de Desenvolvimento e Inovação, Márcio César Pereira, lembra que o Inova Export capacitará as empresas para atenderem demandas externas com foco na inovação. Ele alerta que, para serem competitivas, elas devem entender bem os mercados para onde pretendem exportar. “É importante que a empresa não olhe apenas para o regional, mas também pensem no mercado externo e na busca de novos recursos para Goiás”, disse.Ontem, foi assinado o convênio de parceria entre o governo estadual e a UFG para transferência voluntária de R$ 2,3 milhões em recursos financeiros para a gestão do Inova Export para elaboração de um modelo de inteligência comercial e incubação de micro, pequenas e médias empresas.Para a reitora da UFG, Angelita Pereira, precisa deixar de ser uma meta para poucos e ser possível para todos. Segundo ela, programas como este ajudam a atrair e a reter talentos para Goiás. Para o secretário de Governo, Adriano Rocha Lima, as empresas qualificadas para exportação atingirão novos mercados, de onde trarão mais recursos para Goiás, ajudando a movimentar a economia e gerar mais empregos.O governador Ronaldo Caiado ressaltou o empenho do governo para expansão da inovação e tecnologia no Estado. Para ele, qualificando empresas goianas inovadoras com potencial para as exigências do mercado externo, o Estado será mais competitivo internacionalmente. O empresário Lucas Gonçalves Zanuto, proprietário da Cachaça Zanuto, de Itumbiara, participa da primeira fase do programa. Atualmente, seu produto é comercializado só em Goiás, mas ele quer exportar para vários países a partir do próximo ano para agregar mais valor à produção. “A cachaça brasileira é muito bem aceita lá fora”, lembra. A farofa temperada produzida pela Monjolo Alimentos já é vendida em todo País. Agora, o sócio proprietário da empresa, Euzébio Neto, quer romper as fronteiras e vender o produto no mundo todo, por isso se inscreveu no Inova Export. “Hoje, geramos 10 empregos. Com as exportações, queremos multiplicar este número”, diz. A empresária Patrícia Alexandra Barboza, da Net Suprema Tecnologia da Informação, quer levar para outros países seu novo produto de monitoramento de informações, que ajuda na tomada de decisões preventivas para evitar o vazamento de dados que levem à paralisação de serviços. “Estamos estudando mercados da América Latina”, destaca.