A contratação no interior é mais difícil por conta da menor disponibilidade de mão de obra, principalmente porque parte da população migra para as grandes cidades para estudar, onde acaba se estabelecendo de vez. O diretor regional do Senai e superintendente do Sesi, Paulo Vargas, confirma que hoje há uma queixa generalizada do setor produtivo em relação à escassez de mão de obra.Mas, para ele, a saída está na qualificação e o Sistema S está bem estruturado e em plenas condições de atender boa parte das demandas da indústria goiana, inclusive em municípios do interior. Vargas lembra que o Sistema S está presente com unidades nos principais polos produtivos do estado, como Aparecida, Anápolis, Rio Verde, Catalão, Itumbiara e Niquelândia.Segmentos industriais como mineração, construção civil, sucroalcooleiro e confecções, e até várias prefeituras, já firmaram parcerias com o sistema para qualificar seus trabalhadores. “Temos capacidade instalada suficiente para sentar com representantes das indústrias e elaborar programas sob encomenda, identificando suas necessidades, customizando ações e elaborando uma programação de trabalho para atender demandas específicas de forma mais rápida e barata”, afirma o diretor regional do Senai.Leia também:- Taxa de desemprego fica estável, em Goiás- Indústrias têm dificuldade em achar mão de obra no interior- Setor de serviços terceirizados abre em média 50 vagas de emprego por dia em GoiásSegundo ele, é possível elaborar este plano direcionado de qualificação para qualquer segmento industrial. Para Paulo Vargas, além da própria iniciativa do trabalhador, boa parte das indústrias também precisa se conscientizar de que não se encontram profissionais prontos no mercado. Por isso, é preciso investir mais na qualificação e capacitação, como muitos segmentos já estão fazendo em parcerias firmadas com o Senai. “Existe muita gente disponível em Goiás que pode se qualificar ou se requalificar para atender a indústria”, afirma.CursosEle dá o exemplo de grandes indústrias que ampliaram a produção, como a Caoa Montadora, em Anápolis, que procurou o Senai dizendo que precisaria contratar cerca de 1 mil novos empregados e já conseguiu 600 através desta parceria. “Temos uma enorme programação de cursos disponíveis, que são parcialmente ou altamente subsidiados”, destaca.O diretor regional do Senai lembra que a qualificação ou capacitação dos trabalhadores pode acontecer em vários lugares. Isso porque os cursos podem ser realizados nas próprias unidades do Senai, dentro das empresas parceiras, através de unidades móveis ou mesmo à distância, ou seja, de forma virtual. “Não temos um apagão de mão de obra, mas pessoas que ainda não tiveram a oportunidade de se qualificar ou capacitar”, defende Paulo Vargas.A Adial Talentos também tem parcerias com a Secretaria da Retomada, através dos Colégios Tecnológicos de Goiás (Cotec), e o Senai para qualificação de trabalhadores para suas indústrias. Para Alfredo Rocha, hoje há um certo desânimo com a carteira assinada, mas o empreendedorismo não é condição para todos. “É preciso ter perfil, um perfil específico, e a carteira proporciona uma segurança, com benefícios como plano de saúde, alimentação, possibilidade de fazer carreira e a cobertura previdenciária.”