O reajuste de 24,9% no diesel aplicado pela Petrobras fez com que o setor de transporte e logística fale em alta inevitável do frete. A guerra entre Rússia e Ucrânia elevou o preço do barril de petróleo e as altas são acompanhadas diariamente. Por nota, a Associação Nacional do Transporte de Cargas (NTC&Logística) reforçou a importância do transportador negociar a inclusão nos contratos antigos e colocar nos novos gatilho para os aumentos.“Esta é a única solução para o problema trazido pelos constantes aumentos no preço do diesel e para os altos índices de reajuste que vem ocorrendo. Destacamos que o diesel é um dos maiores custos nos insumos da atividade de transporte”, pontuou a entidade. “Não tem como dizer que não vai impactar a cadeia como um todo. O problema é o repasse das transportadoras para os embarcadores”, acrescenta o Diretor Executivo da Adial Log, Eduardo Alves. Segundo ele, ao repassar há empresas que perdem contratos e a situação se complica. “Já estava complicado e esse último aumento (no diesel) pegou todos de surpresa, os transportadores do Estado de Goiás tentam segurar, porque sabemos que é difícil em plena safra e ao final quem paga a conta é o consumidor. Um problema para todos.” Essa pressão, como explica, é acompanhada com preocupação porque também envolve movimento de alguns grupos que defendem a paralisação como forma de protesto.De acordo com o diretor do Sindicato dos Caminhoneiros de Goiás, Jaci Alves de Souza, manifestações como a realizada na Bahia, por enquanto, ainda não são planejadas no Estado. “Ficamos só no choro mesmo. Dentro de Goiânia, o petróleo chega a R$7,40 e na estrada ainda varia. Uma paralisação é prevista por não ter como rodar, especialmente o autônomo. Além do combustível, as peças subiram e um pneu bom hoje está R$3,7mil. Não tem jeito, vai ter de mexer no frete”, defende.Porém, a complexidade do setor com a concorrência que pode conseguir manter preços torna as negociações mais difíceis.“A categoria está desunida, aguardamos o governo e é preciso que a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) fiscalize. Todo mês tem pauta mínima do frete, mas sem fiscalização não adianta”, pontua sobre o fato de que ocorre concorrência desleal em momento de muita pressão nos custos.