Anunciada em setembro, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) divulgou na terça-feira (29), oficialmente, a mudança da nota de Goiás para a Capacidade de Pagamento (Capag), que passou de C para B em 2022. Trata-se de uma posição inédita para o estado, que se mantinha com a nota C desde a criação do Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais, em 2016.Ter Capag A ou B significa que o estado pode receber garantia da União para novos empréstimos. A nota é composta por três índices: endividamento, poupança corrente e índice de liquidez. Nos dois primeiros, Goiás ficou com nota B e no terceiro com A.No endividamento, que é a relação entre a dívida consolidada e a receita corrente líquida, o estado saiu com 73%. Na poupança corrente, calculada a partir da média ponderada da despesa corrente sobre a receita corrente ajustada, Goiás ficou com 91,3%. Já no índice de liquidez, sua melhor performance, o porcentual foi de 11,3%.Leia também:- Cigarros e uísque: Confraternização paga pela Câmara de São Francisco de Goiás vira polêmica- Fabrício Rosa é nomeado para equipe de transição do governo Lula- http://Contribuição do agro e Fundeinfra ficam de fora da LOA enviada à AlegoEsse último índice é determinado pela relação entre as obrigações financeiras e a disponibilidade de caixa. Foi o único dos três em que Goiás ficou com nota A. Segundo o próprio boletim, esse foi o fator determinante para outros entes que ficaram com notas ruins. “A maioria dos Estados sem boa classificação de capacidade de pagamento (A ou B) possuem Índice de Liquidez (IL) maior ou igual a 100%”, diagnosticou a STN.A secretária da Economia, Cristiane Schmidt, comemorou a conquista do que era a meta do governo de Ronaldo Caiado (UB) desde o início da gestão. Segundo ela, agora a missão é alcançar a nota A. A titular lembra que, em 2018, Goiás tinha nota C com risco de cair para D.Em sua avaliação, a melhora gradativa de Goiás nos três índices possibilitaram o resultado de 2022. “Em 2020, a gente já tinha saído de uma Capag C próxima à D para uma Capag C mediana. O estado já estava começando a mostrar melhoras. Já estava nota 10? Não. E nem está ainda”, afirma.Schmidt avalia que, com isso, mais fornecedores podem surgir porque passarão a ver o estado com menos risco. “Porque sabem que Goiás é um bom pagador. Hoje, de todas as despesas do estado liquidadas, 99,5% já foram pagas. Aquele 0,5% não foi pago ainda por uma questão de tempo ou de alguma documentação que ainda não tenha”, diz.Ela lembra ainda que, em 2019, o índice de liquidez do estado, hoje a melhor performance de Goiás, era o pior do Brasil. “Era letra C e tinha um resultado porcentual de 1.820%. Em 2020, caiu para 298%, em 2021, estava em 248% e, em 2022, foi para 11,3%”, cita.Para Schmidt, a suspensão da dívida do estado com a União também foi fundamental nesse processo, porque a receita de Goiás não era suficiente para pagar os compromissos financeiros que tinha. Hoje o estado se encontra em Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que permite a renegociação da dívida com os bancos.