O consultor financeiro Elemar Pimenta, especialista em FCO e BNDES, e assessor financeiro da Adial, Fecomercio e Fieg, diz que há projetos que esperam até dois anos pela avaliação porque há fatores que estão fora do controle do banco ou do empresário, como licenças e alvarás de órgãos competentes, como meio ambiente e vigilância sanitária, que podem demorar meses para sair. Enquanto isso, o projeto fica parado. “Mas isso não acontece só no Banco do Brasil. No BNDES há o mesmo ritual”, destaca. Para Elemar, a possibilidade de opção pela taxa pré-fixada já foi um grande avanço, pois antes as parcelas subiam de forma assustadora. Para ele, as taxas hoje refletem o momento da economia. “Há taxas de 8% a 9% para micro e pequena empresa, o menor juro do mercado para operações pré-fixadas e que ainda estão abaixo da Selic, que foi de 2% a 12% em menos de dois anos”. A inadimplência (menos de 1%) é considerada baixa, mas quem deixou de pagar não tem conseguido um acordo. Há cerca de cinco anos, o médico Rafael Navarrete contratou um empréstimo de R$ 1,050 milhão do FCO Empresarial para abrir um restaurante num shopping de Goiânia e lembra que enfrentou um longo processo burocrático, deu um imóvel em garantia e esperou meses até poder acessar os recursos. Os pagamentos das parcelas aconteceram normalmente e metade da dívida foi quitada, até que veio a pandemia e os bares e restaurantes foram fechados por meses. Após ficar sem caixa para arcar com as despesas correntes do estabelecimento, como aluguel, ele resolveu encerrar as atividades e procurou o banco em busca de um acordo, que nunca saiu. “Não fizeram nenhuma proposta de abatimento da dívida, que estava em R$ 520 mil foi para R$ 780 mil com juros de mercado, não do FCO”, informa. Agora, ele teme perder o imóvel que deu em garantia na operação. “Pedimos um tempo para retomar os pagamentos, mas não houve acordo. O banco precisa assumir isso comigo porque não tive culpa do que ocorreu”, argumenta. Em nota, o Banco do Brasil diz que “preza pelo relacionamento com seus clientes e a manutenção da saúde financeira dos mesmos”. Afirma ainda que a política de crédito do BB prima pela negociação administrativa com os clientes, de forma a buscar uma solução que se adeque à necessidade de cada um. O BB orienta o cliente a procurar o atendimento e solução para seu caso em qualquer agência do banco ou por meio dos canais de atendimento, como App, site (www.bb.com.br/renegocie) ou pelo WhatsApp (61 40040001), em que será atendido por um especialista em renegociação.