O aumento da taxa básica de juros da economia, a Selic, traz de volta a elevação da TR (Taxa Referencial), que é usada na correção da caderneta de poupança, do dinheiro do trabalhador no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e de contratos de financiamento da casa própria.Nesta quarta-feira (8), o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, elevou a Selic para 9,25% ao ano. Segundo economistas, quando a taxa Selic passa de 8,5%, há impacto direto na TR, que estava zerada e volta a subir. A alta da TR aumenta o valor que o poupador vai receber pelo dinheiro aplicado, mas também encarece a parcela do financiamento imobiliário de quem tem contrato atrelado à taxa.Segundo o economista e professor José Dutra Vieira Sobrinho, a TR passará a subir a partir desta quinta-feira (9), já que ela também está atrelada à taxa Selic. Desde setembro de 2017, quando os juros básicos do país começaram a cair, a Taxa Referencial está zeradaA nova TR, no entanto, só será conhecida após cálculo do Banco Central. “Não se pode saber o rendimento exato da caderneta sem a nova TR, que só é calculada e divulgada pelo Banco Central”, afirma.A Taxa Referencial é definida diariamente pelo BC com base nas taxas de juros das Letras do Tesouro Nacional. A base para medir a taxa é a movimentação dos juros desses papéis nos últimos cinco dias do mês, nos 30 maiores bancos do país. Eles variam conforme a Selic e, com isso, impactam diretamente na TR. “Quando a Selic estava em 9,25% ao ano, em julho de 2017, por exemplo, a TR naquele mês deu 0,0623%. É pouco, mas influencia na poupança e no financiamento habitacional”, explica Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). O impacto prático da taxa no FGTS, na poupança e na casa própria, porém, só será conhecido em janeiro, segundo Oliveira. “Vai disparar o gatilho da TR e vamos ter uma elevação, mas só a partir do mês que vem, quando sai a taxa mensal.”