As vendas do comércio goiano caíram depois de cinco altas consecutivas. Houve queda de 1,1% em abril na comparação com março. Isso é o que mostra a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada nesta sexta-feira (10) pelo IBGE. Inflação e alta de juros persistente, que tira poder de compra das famílias, têm afetado as perspectivas para o setor no estado. Enquanto isso, em nível nacional, o volume de vendas cresceu 0,9%, o quarto mês de alta. Apesar disso, também perdeu força, pois a média brasileira apresentou o menor avanço do ano. Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi, há tendência do consumidor de comprar menos com a alta dos preços. Por outro lado, ele lembra que ainda assim os resultados são melhores do que o registrado no ano passado. Segundo a PMC, quando comparado abril com o mesmo mês de 2021, o comércio goiano registrou alta de 1,4%, sendo que no acumulado do ano ainda há aumento nas vendas que representa 1,7%. Destaque As restrições que o varejo enfrentou, neste mesmo período em 2021, devido à pandemia de Covid-19, ajudou o resultado das vendas em abril de 2022 ser positivamente superior. O principal setor que auxiliou nessa retomada foi o de tecidos, vestuário e calçados, cujo comércio subiu 23,5%. “Goiás vende para o Brasil inteiro, acredito que é uma aquisição de necessidade básica, por isso as pessoas podem retardar a compra, mas têm de fazer. Por isso, tem sempre uma compra cativa e a clientela agora volta ao comércio”, analisa o presidente da Fecomércio. Além do vestuário, o setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação teve alta de 34,3% em abril. Outro bom desempenho vem dos artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, que subiu 11,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. AmpliadoNo varejo ampliado, que inclui venda de veículos, motos, peças de automóveis e material de construção, o volume de venda também registrou retração (2,3%), conforme a pesquisa do IBGE, em comparação com março. Ao mesmo tempo que manteve crescimento (1,9%) se comparado com abril de 2021. Para esses segmentos, a alta de juros pode ser ainda mais decisiva nos próximos meses. “A Selic está bem mais alta do que já foi, pode não impactar em uma compra parcelada no crediário, mas não é compatível para área de investimento, para crédito com maior valor agregado como imóvel e automóvel”, reforça Baiocchi. Material de construção, por exemplo, teve recuo no comércio de 16,3% em abril se comparado com o mesmo mês do ano passado. Além disso, também tiveram quedas o setor de móveis e eletrodomésticos (15,9%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,7%). Perspectiva Apesar da queda nas vendas, o comércio mantém boas perspectivas para o Dia dos Namorados. “É uma data importante em que a expectativa é de que não tenhamos queda nas vendas. Ela proporciona também movimento não só no comércio, mas também para a área de serviços, como nos bares e restaurantes”, presidente da Fecomércio-GO. Leia também: -Pesquisa mostra que 71% dos goianienses pretendem presentear no Dia dos Namorados-Fluxo de vendas deve ser 49% maior neste Dia dos Namorados-Inflação ultrapassa 5% no ano em Goiânia