Acertar na mosca. Esse é o objetivo de mais de 250 arqueiros reunidos em Goiânia para a disputa do 41º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco e 9º Paracampeonato Brasileiro de Tiro com Arco, a serem disputados na capital durante esta semana. A modalidade tem ganhado notoriedade após bons resultados de brasileiros no cenário internacional, entre eles está o prodígio Marcus Vinícius D’Almeida, de 17 anos, esperança de medalha olímpica no Rio-2016.O arco e flecha foi utilizado pelo homem por milênios para aumentar a capacidade de caça, depois como arma em guerras. Com o surgimento das armas de fogo, o equipamento deixou de ser bélico para se tornar esportivo. A modalidade olímpica apareceu entre os Jogos de Paris-1900 e Antuérpia-1920. Ficou fora do programa olímpico até 1972, em Munique, quando voltou para não sair mais.No Brasil, o esporte está em desenvolvimento e o reflexo disso é o número recorde de participantes na competição que será disputada, em Goiânia, com 253 arqueiros. O brasileiro melhor colocado no ranking mundial no Tiro com Arco Recurvo (modalidade olímpica) é Marcus Vinícius (16º).Ele comemora o crescimento da modalidade no País. “A expectativa para a competição é muito boa, é um campeonato para a história. Estou feliz por ver o esporte se desenvolver, apresentar um número maior de praticantes. Vai ser um campeonato bem profissional, muito bem organizado”, frisou.O jovem arqueiro crê que os bons resultados conquistados e a exposição maior da modalidade na mídia podem aumentar o interesse de novos adeptos. A necessidade de aparelhos sofisticados para a prática do esporte pode até assustar alguns interessados, mas Marcus Vinícius acredita que não seja um empecilho tão intransponível.“Quando você está no início, as escolas oferecem material, mas depois você tem alguns gastos. Não é um esporte tão barato, mas também não é nada absurdo. É um esporte onde o atleta precisa acreditar que conseguirá bons resultados, mas eles não aparecem de imediato, demanda tempo, aproximadamente um ano e meio, para atingir um nível alto”, salientou.Jogos indígenasNo último fim de semana, o arqueiro esteve nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, disputados em Palmas (TO), e se surpreendeu. Marcus Vinícius aprendeu sobre novas culturas e espera ter mais tempo para pegar técnicas utilizadas pelos indígenas para adicionar à sua rotina de treinamentos.A experiência ficou gravada na memória do arqueiro. “Foi bem legal, fiquei espantado com a grandiosidade do evento. Deu para conhecer um pouco da cultura indígena, tinha muitos praticantes do arco e flecha. Como fiquei só um dia, não deu para pegar muitas dicas, mas com certeza se passasse um tempo maior em alguma aldeia poderia trazer algo para meus treinamentos.”