A principal pergunta que surgiu após a eliminação do Brasil na Copa do Catar foi sobre o motivo de Neymar não cobrar uma penalidade. O camisa 10 da seleção brasileira é considerado um dos principais cobradores de pênalti na atualidade, mas sequer teve chance contra os croatas, já que o Brasil foi eliminado antes da quinta penalidade, que o jogador cobraria.As críticas começaram pela escolha do primeiro batedor, o jovem Rodrygo, de 21 anos. O atacante, porém, é um dos principais cobradores no seu clube, o Real Madrid. “Rodrygo é batedor no Real Madrid. É muito jovem? É, mas é batedor no Real Madrid. Não vi problemas nisso”, opinou Mário Marra, jornalista da ESPN e Fox Sports.Contra a Croácia, Rodrygo teve chute defendido pelo goleiro Livakovic. Na quarta cobrança do Brasil, outro especialista, o zagueiro Marquinhos, que teria que marcar para manter a seleção viva na disputa, acertou a trave e selou o resultado final nas penalidades: 4 a 2, Croácia.Leia também+ No Catar, torcida fica incrédula na saída do estádio+ Copa do Mundo: a volta para casa em outra perspectiva+ Fim do sonho: Brasil deixa o Catar sob frustração e incerteza de futuro de NeymarO ponto de vista estratégico foi a justificativa do técnico Tite, que explicou que Neymar seria o quinto cobrador por ser a cobrança de maior pressão, que, para ele, deve ficar para o jogador de mais qualidade. O risco nessa ideia é que a quinta cobrança pode não ocorrer, como foi o caso contra a Croácia.“É uma questão matemática, simples. Se você não colocar seus melhores para começar, você pode não sobreviver no final. Ou acontece como hoje (sexta, 9), que não chega na quinta cobrança. O Marquinhos é um ótimo cobrador, mas estava sob pressão. Poderia ser o Neymar o escolhido”, comentou o jornalista Sérgio Xavier, do Sportv.Geralmente, os melhores batedores são escolhidos para abrir ou fechar séries de pênaltis. Neymar é o batedor oficial do Brasil e foi escolhido para fechar a série contra a Croácia. Essa decisão é feita pela comissão técnica. “Porque ele é o quinto e decisivo pênalti, fica com pressão maior e precisa do jogador de mais qualidade, mentalmente mais forte para fazer a última cobrança. É isso”, explicou Tite sobre a escolha por deixar Neymar por último na série.Na análise dos especialistas consultados pelo POPULAR, um erro cometido pelo Brasil foi na escolha dos batedores.“Eu não entendo quando está chegando nessa situação limite (últimas cobranças), o melhor batedor fica por último. Isso já aconteceu no futebol brasileiro, quando Gabigol ficou por último na Supercopa contra o Atlético-MG (e também contra o Corinthians, na final da Copa do Brasil). Não entendo essa opção de deixar o melhor batedor por últimos, eles precisam começar ou bater em quarto. Para mim, esse foi o erro”, opinou Mário Marra.Gol de empateAntes das penalidades, o Brasil cometeu uma sequência de erros fatais que resultaram no gol marcado pelo atacante Petkovic. O gol do croata empatou a partida, já no final do segundo tempo da prorrogação, e levou a decisão para os pênaltis.No lance, Casemiro não fez falta tática no início do contra-ataque da Croácia. O problema é que a linha de defesa estava desorganizada, assim como o posicionamento de jogadores no meio-campo, e os croatas encontraram espaços para avançar e finalizar o único chute a gol na partida, com Petkovic. O chute foi desviado e entrou.O técnico Tite, que encerrou seu ciclo à frente da seleção brasileira, disse que não houve desorganização no lance.“Primeiro, estávamos em uma ação ofensiva, colocando volume na frente, e a jogada foi quebrada. No que ela foi quebrada e pressionava, tivemos com o Pedro a infiltração do Fred, uma bola espirrada na frente, Danilo dá e volta, e nesse vai e vem uma bola puxa fundo. Conseguimos voltar e fechar a parte central do campo, mas a bola veio para trás, finaliza, desvia e entra, em uma única finalização”, descreveu o treinador.