O ano era 2018 e a Red Bull, a multinacional de energéticos, considerava a possibilidade de encerrar sua operação no futebol brasileiro. O Red Bull Brasil, 11 anos após a fundação, parecia não ir a lugar algum. O time não havia conquistado títulos relevantes. Com sede em Campinas, tinha a concorrência de Guarani e Ponte Preta, instituições centenárias da cidade, e não cativava torcedores. Fazia partidas como mandante sempre para arquibancadas semidesertas. Não estava em nenhuma divisão nacional.Havia a questão cultural. A matriz se queixava de investimentos feitos em jogadores veteranos quando a filosofia deveria ser contratar jovens que pudessem ser vendidos. A filial rebatia que atletas de mais idade eram fundamentais. Quase quatro anos depois, o Red Bull Brasil se chama Red Bull Bragantino e pode estar no caminho de se transformar em uma força do futebol na América do Sul.Neste sábado (20), às 17 horas, no estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai, a equipe paulista decide o título da Copa Sul-Americana contra o Athletico-PR. Os paranaenses buscam seu segundo título no torneio.O Athletico-PR tem sido um raro exemplo no Brasil de um clube que tem atravessado a pandemia da Covid-19 sem contrair novas dívidas, a despeito do cenário que tem provocado queda de receitas. Também é o único que atualmente disputa três torneios simultaneamente, sendo finalista em dois deles: a Copa do Brasil e a Copa Sul-Americana.Em busca de seu segundo título internacional em três anos, a equipe encara neste sábado (20) o Red Bull Bragantino na decisão da competição.A busca pelo bicampeonato no mata-mata sul-americano, conquistado pelos paranaenses em 2018, é um dos reflexos dos bons resultados colhidos pelo clube a partir de um modelo de gestão amparado em três pilares: venda de direitos de transmissão, bilheteria junto com sócio torcedor e transferências de atletas.Na contramão de 14 dos 20 clubes participantes da Série A em 2020, que encerraram o exercício fiscal com déficits, o Athletico teve superávit de R$ 136 milhões.