Na tentativa de salvar a temporada e evitar o rebaixamento à Série B, o Atlético-GO tem mais 12 jogos - metade fora, metade em casa - para conquistar pelo menos sete vitórias. É missão ingrata, mas ainda há chances, apesar de que a sequência de jogos não é fácil. Os dois próximos serão diante de equipes que disputam o título ou vaga à Libertadores: Inter e Corinthians. O Dragão terá mais três adversários na mesma condição: Fluminense, Palmeiras e Athletico-PR. Na parte baixa, Avaí e Juventude são os concorrentes mais próximos do clube.Ex-jogadores do Dragão, André Leonel e Lindomar foram campeões da Série C 2008, estavam em 2009 no acesso à Série A e fizeram parte da sofrida campanha que garantiu a permanência do clube na elite, em 2010. Para eles, algumas mudanças precisam ocorrer internamente, nos jogos, na postura tática e no comportamento dos atletas.O Atlético-GO tem a terceira defesa mais vazada da Série A (44 gols) e isso precisa ser combatido. A dupla lamenta a fase ruim e o risco de descenso após boas campanhas do clube em outros torneios. Tanto Lindomar como André Leonel recomendam, a partir de agora, uma postura mais reativa.Leia também:+ Atlético-GO perde para o Coritiba e se complica na luta contra o rebaixamento+ Presidente do Atlético-GO promete "semana crucial" e atitude“O Atlético-GO tem de jogar mais fechado. Terá de jogar por uma bola, às vezes. Na chance que tiver, é marcar o gol”, propõe André Leonel. Segundo ele, o time tem proposta de jogo interessante ao marcar sob pressão os adversários com a linha alta, mas não está surtindo efeito. “O Dragão não tem time para encarar os outros de frente no momento. Pode alternar, também. Atacar num determinado momento, mas recuar em outro. Terá de jogar um pouco mais fechado, brigar por todas as bolas, fazer o mais simples”, explica Lindomar.Segundo o ex-meio-campista, outro fator precisa fazer parte da estratégia: a capacidade de administrar a posse de bola e as situações do jogo. “É preciso alguém chamar o jogo, pedir a bola. Não pode ter receio de jogar”, sugere o meia, conhecido pela recomposição de jogo e por fazer a bola rodar. Lindomar também recomenda que os atletas com liderança possam exercê-la. Não é preciso muita conversa, para Lindomar, mas é hora de cada jogador assumir o seu papel dentro do elenco, juntar forças e reagir.André Leonel tem pensamento parecido. Acredita que o ambiente de treino precisa de uma mudança. “Há pressão, mas é preciso chegar para treinar com ânimo mais elevado, melhorar o astral.” É aquela história de fazer o vestiário um local de energia positiva, saudável. Os jogadores não podem ficar de cabeça baixa, segundo ele. Nesse caso, os líderes precisam se fazer presentes, assim como a comissão técnica passar confiança.Além das mudanças na forma tática de jogar e na postura interna do elenco, há necessidade de a comissão técnica aproveitar muito bem as duas “semanas cheias” antes dos jogos contra Inter (casa) e Corinthians (fora). O trabalho tem de ser direcionado para ajustes na marcação, criação e definição das jogadas. O sistema defensivo tem sofrido gols originados de cruzamentos. É uma correção a ser trabalhada.Nos próximos três jogos, o Atlético-GO precisa de bons resultados. Caso volte a vencer, as chances de evitar o descenso melhoram. “Uma vitória sobre o Inter muda o cenário”, acredita André Leonel. Para ele, o time voltará a ter confiança se superar esta fase ruim.As eliminações nas copas do Brasil e Sul-Americana afetaram o elenco. Por isso, Lindomar sugere objetividade, simplicidade e determinação para vencer o mais rápido possível. Numa perspectiva otimista, para ele o clube precisa se planejar para obter pelo menos sete pontos nos próximos nove em disputa, contra Inter (casa), Corinthians e Avaí (fora).