Atlético-GO e Goiás iniciam, nesta quarta-feira (20), a disputa por uma vaga às quartas de final da Copa do Brasil. Será a primeira vez que os dois se enfrentam pela competição. É clássico e isso pesa numa fase decisiva, especialmente para quem errar menos. As duas equipes têm estilos e sistemas táticos diferentes, tentam se ajustar na Série A e precisam da classificação por causa de aspectos técnico e financeiro e pela possibilidade de brigar por algo mais no torneio nacional eliminatório.Ex-jogadores dos dois clubes enxergam cenários diferentes no clássico goiano da Copa do Brasil. Os atleticanos apontam ligeira vantagem do Dragão por causa do momento e do que o time tem apresentado ao longo da temporada. Os esmeraldinos apontam equilíbrio e com previsão de a vaga ser decidida nos pênaltis, como o Goiás fez no jogo diante do RB Bragantino-SP - venceu por 9 a 8 nas penalidades, após 1 a 0 no tempo normal.Em situação parecida, o Dragão eliminou o Cuiabá-MT (1 a 1 e vitória de 5 a 4 nos pênaltis).Leia também:+ Clássico pela Copa do Brasil terá arbitragem paulista+ Lateral do Atlético-GO se diz ansioso para enfrentar ex-clube+ Jair Ventura ganha opções para escalar GoiásEx-jogador e treinador da base atleticana, Reinaldo Souza destaca que o Dragão tem uma boa equipe. Aos poucos, o técnico Jorginho tem conseguido extrair algo mais do elenco ao rodar o time nos jogos. Atletas que não tiveram bom rendimento no Goianão, como Jefferson e Airton, estão em fase de ascensão e as opções na reserva correspondem quando é preciso.“O Jorginho tem mudado as peças conforme as situações de jogo. Tem dado certo”, comentou Reinaldo Souza, autor do primeiro gol do Atlético-GO no Brasileirão, em 1979. Ele acredita que o time atleticano chega num momento melhor, com menos casos de lesões no elenco, mais entrosado e com mais força ofensiva. Porém, chama a atenção para a correção de erros no sistema defensivo, como o Atlético-GO mostrou na derrota de 4 a 2 para o Palmeiras.Reinaldo Souza acredita que o jogo do Dragão passa pelo meio-campo, pelos pés e conclusões de Gabriel Baralhas, Marlon Freitas e Jorginho. “Será preciso ter regularidade nesses jogos (com Goiás). A posse de bola precisa ser bem trabalhada e o ataque terá de trabalhar jogadas rápidas em passes curtos”, recomendou o ex-jogador, citando que o time terá um ataque diferente, pois Diego Churin não pode atuar pela Copa do Brasil.O ex-lateral esquerdo Pará prevê uma disputa tática entre um sistema defensivo sólido, preparado pelo técnico Jair Ventura, e uma equipe ofensiva, a do Atlético-GO, que marcou nove gols nos últimos quatro jogos, mesmo que tenha sido vazado seis vezes. “Se o Atlético-GO for eficiente nas chances criadas, tem boas chances de sair com vitória. É preciso que faça o primeiro gol, pois aí pode forçar o Goiás a se abrir um pouco mais”, projetou Pará.O ex-jogdaor espera ajuste defensivo atleticano, principalmente ao fazer a marcação em linha alta sobre o alviverde e para encurtar os espaços do adversário. Na visão dele, o Dragão é uma equipe com força coletiva, de toque de bola e rapidez nas transições. O Goiás, segundo ele, tem o sistema defensivo bem organizado e vai tentar repetir a estratégia do jogo pela Série A, em que abriu o placar (1 a 0, com gol de Elvis) e se fechou atrás para segurar a vantagem e assegurar a vitória.Previsão de equilíbrioO Goiás entra em campo atravessando um momento pior do que o rival na temporada e foi, inclusive, ultrapassado pelo Dragão na classificação da Série A. Apesar disso, o time esmeraldino tem como parâmetro recente a vitória sobre o time rubro-negro, por 1 a 0, no Antônio Accioly, em 8 de maio. Isso e outros elementos apontam para partidas equilibradas no primeiro mata-mata entre clubes goianos na história de mais de 30 anos da Copa do Brasil.Para Sílvio Criciúma, que é ex-jogador e treinador do Goiás, a condição do confronto é de muito equilíbrio, sendo impossível apontar uma equipe com o mínimo de favoritismo para conquistar a vaga nas quartas de final e a polpuda premiação de R$ 3,9 milhões. “É 50% para cada um, não dá nem para dizer que é 51% e 49%”, avaliou Sílvio Criciúma.Como jogador, Sílvio Criciúma disputou 16 partidas de Copa do Brasil pelo Goiás e chegou a comandar a equipe duas vezes como técnico na competição nacional. Para ele, os jogadores esmeraldinos e rubro-negros devem continuar treinando pênaltis, pois vislumbra que, dado o equilíbrio, a vaga nas quartas de final pode ser definida da mesma forma que Atlético-GO e Goiás fizeram para chegar às oitavas de final.“Serão jogos muito parecidos. Se tivesse que apostar, diria que a decisão seria nos pênaltis. Aí pode dar qualquer coisa, mas é claro que meu carinho maior é pelo Goiás”, opinou o ex-jogador. Sílvio Criciúma vê as duas equipes em um momento de maior estabilidade na temporada com os trabalhos dos técnicos Jair Ventura, no Goiás, e Jorginho, no Atlético-GO, se consolidando nas últimas semanas.Vice-campeão da Copa do Brasil com o Goiás em 1990, o ex-jogador Jorge Batata é mais uma voz que aposta em jogos equilibrados. Ele ponderou que os dois rivais cresceram na temporada e enxerga o duelo tático entre o sistema defensivo do Goiás e a boa organização atleticana em campo como o ponto alto do confronto.“Às vezes, a equipe que está mais embaixo se supera em um clássico. Mas acredito que esse primeiro jogo vai dar empate. A equipe do Goiás cresceu, mas o Atlético-GO tem uma equipe muito boa e compacta”, opinou Jorge Batata, que jogou nos quatro clubes da capital e imagina que as partidas serão prazerosas. “O clássico é complicado, mas é bom de jogar porque a emoção é maior”, frisou.