Pela primeira vez na história, Brasil e Coreia do Sul vão se enfrentar em duelo eliminatório da Copa do Mundo. Sede da última edição em que a seleção brasileira foi campeã, o país adversário da seleção brasileira na próxima fase do Mundial do Catar tem pontos fortes que podem incomodar e devem receber maior atenção. Pelas oitavas de final, as equipes duelam na próxima segunda-feira (5), às 16 horas (de Brasília).Segundo analistas consultados pelo POPULAR, o jogo aéreo da Coreia do Sul inspira cuidado maior. A equipe liderada pelo atacante Son, do Tottenham, é conhecida também por ter um time forte fisicamente e veloz.“Apesar dos estereótipos muitas vezes colados às seleções asiáticas, me parece que esse é um time fisicamente bastante forte, com jogadores altos e que deve dificultar a vida dos atacantes brasileiros. Basta lembrar que, contra Gana, foram dois gols de cabeça do centroavante Cho Gue-sung em um jogo no qual a média de altura sul-coreana era maior que a ganesa”, comentou o jornalista Gabriel Dudziak, da Rádio CBN.Na fase de grupos, a Coreia do Sul garantiu classificação às oitavas de final na última rodada ao vencer Portugal, de virada, por 2 a 1. No critério de gols marcados, os asiáticos levaram a melhor sobre o Uruguai e avançaram.“(A Coreia do Sul) É uma equipe que tem qualidade para ficar com a bola e girá-la de um lado para outro, mas que provavelmente vai se retrair mais contra o Brasil. Bolas lançadas para o Son são fator a ser considerado”, completou Dudziak.Dos possíveis adversários nas oitavas de final, a Coreia do Sul foi considerada uma “boa notícia” pelos analistas.“Acabou que a notícia boa para o Brasil hoje (sexta-feira, 2) veio de fora do confronto contra Camarões. A chave favoreceu. Não vamos pegar um Uruguai, que cresceu, e a Coreia se torna uma boa notícia para segunda-feira”, disse o jornalista Sérgio Xavier, do Sportv.O cuidado com a bola área é reforçado pelo comentarista “É o que chama mais atenção. O Brasil terá de ter cuidado com a bola alta. Chega um momento do jogo em que a Coreia vai para cima por meio da bola alta. O gol de hoje (sofrido para Camarões) foi meio de contra-ataque, não exatamente de uma bola aérea trabalhada. A questão da velocidade pelos lados é outro ponto forte. A senha para segurar (a Coreia do Sul) passa por esses pontos”, completou Sérgio Xavier.AVALIAÇÃOA derrota para Camarões não apaga a boa fase de grupos feita pelo Brasil, na opinião de comentaristas. Diante de estilo de jogo diferente e atuando com time reserva contra a seleção africana, o nível de atuações foi considerado “bom” ou no mesmo das principais candidatas ao título, casos de França, Argentina e Espanha.“O tropeço contra Camarões mancha um pouco essa noção, mas foi um jogo atípico, os reservas não estavam com os pés calibrados tanto para tomar decisões quanto para finalizar chances criadas. Tirando isso, a seleção demonstrou solidez defensiva. Foi receber a primeira finalização certa na Copa só aos 47 do primeiro tempo contra Camarões. Bom ‘perde e pressiona’ e fluidez no toque de bola para, pelo menos, chegar perto da área do adversário”, comentou o jornalista Gabriel Dudziak, da Rádio CBN.Leia também:+ Maioria no Lusail, torcida brasileira se frustra, mas segue confiante+ Veja análise de todas as oitavas de final da Copa do CatarMesmo com a derrota, o Brasil terminou a fase de grupos na 1ª colocação do Grupo G. Sem entrosamento, a equipe reserva pecou no momento de finalizar e sofreu um gol de contra-ataque.“Foi mais uma tarde de prejuízo do que de lucro, mas o Tite tem boas alternativas depois da atuação contra Camarões. O (volante) Fabinho dá conta do recado, (o goleiro) Ederson não precisa nem dizer o quanto é seguro e bom na construção de jogadas. A melhor notícia foi o Martinelli. Atacante que se mostrou uma ótima alternativa. Não fez o gol, é verdade, mas estava à vontade”, opinou Sérgio Xavier, do Sportv, que viu atuações abaixo do volante Bruno Guimarães, do atacante Antony e mediana do meia-atacante Rodrygo.