Contra a Croácia, na próxima sexta-feira (9), o Brasil tenta acabar com uma sequência negativa contra seleções europeias em Copas e avançar à semifinal do Mundial do Catar. Nas últimas quatro edições, a seleção brasileira foi eliminada por equipes da Europa e tenta, contra os croatas, encerrar a sina para seguir vivo na busca pelo hexa.A última vez que o Brasil venceu um time europeu em confronto eliminatório na Copa do Mundo foi em 2002, no penta. Na ocasião, bateu a Alemanha na final do Mundial, por 2 a 0, com gols do ex-atacante Ronaldo. Após a conquista do penta, a seleção brasileira foi eliminada nos quatro Mundiais seguintes por equipes do Velho Continente.França (2006), Holanda (2010), Alemanha (2014), e Bélgica (2018) superaram a seleção brasileira nas últimas edições da Copa do Mundo. No Mundial disputado no Brasil, a Holanda ainda bateu a seleção na disputa do 3º lugar.A Europa é a origem de seleções que o Brasil mais enfrentou em edições de Copa do Mundo. Essa, porém, é uma realidade que há anos só ocorre em partidas de Mundiais. Nos ciclos até a disputa das Copas, a seleção brasileira praticamente não enfrenta as chamadas “potências europeias”.Foi assim, por exemplo, na preparação para a Copa do Catar, em que apenas a República Checa foi adversária em um amistoso em março de 2019. Ao todo, a seleção brasileira jogou 50 vezes desde a queda na Copa de 2018 e início do atual Mundial, apenas uma vez contra alguma seleção europeia.Não fazer testes contra as principais seleções europeias incomodou a comissão técnica do Brasil, que pediu à CBF para que amistosos fossem agendados contra as potências do Velho Continente.A criação da Liga das Nações, em 2018, foi um fator determinante para dificultar ainda mais a disputa de amistosos entre Brasil e equipe europeias. A competição entrou no calendário da Europa, que também tem a Eurocopa. O mesmo ocorre do lado de lá. Europeus praticamente não enfrentam seleções sul-americanas nos ciclos.Tudo isso ocorre em um cenário em que análises de adversários são acessíveis para as seleções, que têm analistas de desempenho em suas comissões. É um fator diferencial, na opinião do jornalista Sérgio Xavier. “A falta de confrontos sul-americanos contra europeus é um assunto menor, na minha opinião, porque estão todos analisados. O Brasil, com alta intensidade, já joga de uma forma semelhante a uma equipe europeia, principalmente quando não tem a bola. Mas a Croácia não tem muita surpresa para mostrar. Eles têm um time finalista da Copa do Mundo, jogadores muito bons no meio-campo. Não vejo fator surpresa para essa Copa”, opinou o jornalista do Sportv, que reforça, porém, que escolas diferentes podem surpreender.A Copa de 2022 já mostrou surpresas. A Alemanha perdeu para o Japão, a França para a Tunísia e a Espanha para Marrocos, por exemplo, em jogos que, durante ciclos para Mundiais, não costumam ocorrer.“No caso do Brasil, que vem de derrota para a Bélgica na última Copa (de 2018) em um jogo que o Tite foi surpreendido com a escalação do Lukaku como ponta, não vejo esse fator surpresa na Croácia, algo novo para mostrar. Em 2010 (contra a Holanda), o Dunga entrou em curto circuito quando tomou o gol, em jogo em que estava melhor. Ele não tinha plano B. Hoje, não vejo esses paralelos”, opinou Sérgio Xavier.Experiência europeia, no entanto, não falta para o elenco do Brasil. O time titular é formado por jogadores que atuam na Europa. Do goleiro, Alisson, ao centroavante, Richarlison. Há o entrosamento pelo fato do time praticamente jogar junto desde o ano passado e de alguns atletas se conhecerem por atuarem ou terem atuado no mesmo clube.Um exemplo prático é o gol marcado por Casemiro contra a Suíça, na 2ª rodada no Catar. A jogada contou com a participação de Vini Jr. e Rodrygo, em lance de movimentações que já foram feitas pelo trio quando atuava no Real Madrid - o volante, hoje, defende o Manchester United.Na história das Copas, o Brasil disputou 75 partidas contra seleções europeias, considerando jogos de fases de grupos e eliminatórios. Suécia, seis vezes, Espanha, Holanda e Itália (cinco vezes, cada) foram as equipes que a seleção brasileira mais enfrentou em 22 edições do Mundial.