O técnico Jair Ventura, de 43 anos, estreou no comando do Goiás com um empate diante do Palmeiras, no 1º turno, e volta a cruzar com o clube paulista. Após mais de cem dias no clube, o treinador carioca está ambientado a Goiânia e se sente em casa no clube esmeraldino. Mesmo com um percurso acidentado, o treinador avalia como positivo o trabalho à frente do Goiás e vê sua equipe em um momento de evolução, embora entenda que o 2º turno do Brasileiro será muito difícil e o objetivo de escapar do rebaixamento, um grande desafio para todos no clube. Para extravasar a tensão criada na concorrida competição, Jair Ventura tem como aliada a academia de ginástica e faz da musculação sua principal válvula de escape. Sempre que pode, o técnico esmeraldino tenta trazer os familiares para perto dele. Em breve, vai receber a visita do pai, Jairzinho, tricampeão mundial com a seleção brasileira na Copa de 1970, com quem o técnico esmeraldino fala sobre tudo, menos sobre um único assunto proibido. Em entrevista ao POPULAR, Jair Ventura falou sobre a vida na capital goiana e avaliou o momento atual de sua carreira e o que o trabalho no alviverde representa.Você está há mais de 100 dias no comando do Goiás. Está ambientado a Goiânia? Como tem sido a vida aqui?Estou muito feliz. É uma cidade muito boa. Tinha vindo aqui só para jogar. Venho de uma cidade como o Rio, que tem muito trânsito e muita violência. Aqui em Goiânia, você tem uma qualidade de vida muito boa. O centro de treinamentos é perto. A gente fala que o aeroporto é o lugar mais longe e está a 15 minutos. O clube também é fantástico, todos me abraçaram e estou me sentindo em casa.Em sua chegada, todos sabiam que seria uma tarefa difícil o retorno do Goiás para a Série A, até pelo investimento, que não é alto. Naquele momento, você imaginava fazer essa campanha?Quando assumi, havia estudado o clube e tínhamos um elenco, que não temos mais. Quando fui perdendo peças, foi ficando cada vez mais difícil para mim. Imaginava que conseguiria (fazer uma boa campanha), mas se tivesse aqueles jogadores. Fomos perdendo, o Élvis saiu, outros jogadores se machucaram e foi ficando mais complicado. Mas acho que isso deixa o trabalho ainda melhor. Com tantas dificuldades, fomos nos reinventando. Por exemplo, temos o Pedrinho (Pedro Junqueira, jogador da base), que já tem duas assistências. Fomos buscando soluções caseiras. É algo que faço sempre nos clubes em que passo, de olhar para a base. Sobre o orçamento (reduzido), torna as coisas mais difíceis porque chega uma janela (de transferências) e a maioria das contratações é compra e não temos essa realidade financeira. Ao mesmo tempo, por ter já passado esses cem dias, conheço melhor os jogadores e me dá segurança para mudar esquema, ter alternativas, ter o grupo mais na mão e ficar mais homogêneo.Leia também: + <a href="https://opopular.com.br/noticias/esporte/goi%C3%A1s-contrata-atacante-do-aimor%C3%A9-rs-por-tr%C3%AAs-temporadas-1.2502937" target="_blank">Goiás contrata atacante do Aimoré-RS por três temporadas</a> + <a href="https://opopular.com.br/noticias/esporte/goi%C3%A1s-se-prepara-para-encarar-l%C3%ADder-1.2502628" target="_blank">Goiás se prepara para encarar líder do Brasileiro</a>A torcida esmeraldina entendeu que a força do time é o conjunto, o trabalho que você conseguiu implementar. É importante ter essa confiança sobre o seu trabalho?É uma identidade. Sempre bati nessa tecla, e o Tadeu (capitão da equipe) também sempre fala. Nossa equipe tem uma identidade, é organizada e vende caro todos os resultados. Tivemos apenas um jogo em que perdemos por diferença maior que um gol, que foi o da Copa do Brasil (eliminação para o Atlético-GO, por 3 a 0). Um em 23 jogos, não foi uma normalidade. Fizemos jogos extremamente competitivos contra Atlético-MG, Palmeiras e vamos enfrentá-los de novo, mas agora fora de casa. Fizemos 22 pontos no 1º turno e começamos com zero. Agora, já começamos com três. Queremos fazer uma pontuação ainda maior. Se conseguirmos fazer a mesma (22) ou melhor, acho que alcançamos o nosso objetivo.Você já foi rotulado como um treinador emergente, por último realizou trabalhos no Sport e Juventude salvando essas equipes do rebaixamento. Com esse trabalho no Goiás, você entende que o mercado te vê diferente?Vou completar 250 jogos como treinador, ainda mais sendo tão jovem (43 anos), isso é bom. É uma coisa natural. Costumo dizer que o Jorge Jesus veio para o Flamengo em 2019 e encantou, mas depois não conseguiu repetir o mesmo trabalho. Mas não deixou de ser bom. As pessoas me perguntam o porquê de não repetir o trabalho que fiz no Botafogo, mas grandes trabalhos são difíceis de serem repetidos. Assumi o Botafogo em 16º e terminamos em 5º lugar. Na Libertadores, eliminamos cinco campeões. Fui o treinador revelação no Brasileiro. Foram muitos feitos inéditos. Sobre o mercado, me perguntaram se seria uma reviravolta na carreira, mas lembrei que estou sempre na Série A, desde 2016. Para onde mais posso ir no Brasil? Estou sempre em times grandes, sempre na Série A. Não me preocupo com o que vai acontecer depois, meu foco está em fazer o melhor para o Goiás e, depois, as melhores coisas vão acontecer automaticamente.Em qual estágio o Goiás se encontra neste momento da temporada?Vejo sempre margem de crescimento. Estamos em evolução como equipe, hoje conheço o elenco totalmente e isso me ajuda bastante. Se você está há muito tempo na casa, pode fechar o olho que sabe como cada jogador pode te dar o melhor em cada posição. Neste ponto, estamos em um estágio muito bom, mas sou um cara muito exigente e sempre temos uma margem para crescer.Como é o Jair Ventura quando não está envolvido diretamente com o futebol?Sou um cara que vejo séries. Vi Suits e, agora, estou vendo Vikings, que é antiga e todo mundo já viu, mas me falaram que eu teria que ver. Quando a gente começa a trabalhar, vejo menos. Também treino todos os dias, faço musculação, corro, sempre tenho que fazer uma atividade física. Se tem jogos importantes à noite, vou para a academia de manhã. Ali é minha válvula de escape, coloco minha musiquinha e escuto de tudo, sou bem eclético. Vai de tudo, sertanejo, samba, rock, pop. Sou esse cara, gosto de fazer um pouquinho de tudo.Você costuma reclamar de arbitragem nas entrevistas coletivas, mas, no campo, tem um perfil mais comedido. É assim mesmo?Estou pendurado com dois cartões (risos). Sou extremamente competitivo e costumo dizer que estou ali sob o efeito de um remédio. Tive que mudar muito para ser treinador. Em todos esses anos de carreira, acho que recebo, no máximo, uma suspensão por Campeonato Brasileiro. Acabo reclamando e estou mais contido porque estou com dois cartões, mas tem hora que é difícil não reclamar. Quando você vê algo acontecendo na sua frente, é difícil se conter.Você trouxe a filha e a esposa na última semana e disse que vai trazer seu pai. Quando vai ser?Estou querendo trazer meu pai (Jairzinho, o Furacão da Copa de 1970) e a minha mãe para eles virem para cá também. Vou fazer isso quando tiver uma semana aberta e com jogo em casa, de repente aquela contra o Avaí.Seu pai tem dado palpite no seu trabalho aqui no Goiás?Temos uma situação desde que fui efetivado como treinador em 2016. Nós falamos sobre futebol, lógico, mas fizemos um acordo. Falamos de tudo, sobre o PIB (Produto Interno Bruto), sobre política, mas não falamos sobre o clube em que estou trabalhando. Falamos sobre a final da Champions, sobre outros jogos. Lá em casa, é proibido. Sentamos para jantar, vamos tomar um vinho, mas não falamos de Goiás.

Jair Ventura diz que, diante das adversidades, Goiás precisou se reinventar

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A vitória do Goiás, de virada, diante da Chapecoense não só manteve o clube goiano na liderança da Série B como ampliou, ainda que ligeiramente, a vantagem da equipe para o 5º colocado e primeiro clube fora da faixa do acesso (G4) à Série A.

A equipe esmeraldina vai terminar a 14ª rodada com seis pontos e três vitórias de vantagem para o primeiro time fora do G4. Neste momento, é o Remo com 23 pontos, mas o Avaí, atual 4ª colocado com a mesma pontuação, pode terminar a rodada em 5º se o Cuiabá vencer o Botafogo-SP no encerramento da jornada.

Como o 5º colocado vai terminar a 14ª rodada com 23 pontos e seis vitórias, o Goiás, que tem 29 pontos e nove vitórias, já garante pelo menos mais duas rodadas no G4 da Série B.

A diferença de seis pontos para o 5º colocado é a maior, até aqui, que o Goiás abriu desde que assumiu a liderança na 7ª rodada. O time esmeraldino já teve seis pontos à frente do 5º colocado na 11ª rodada, mas viu a diferença cair para cinco pontos após as duas derrotas seguidas que antecederam o triunfo diante da Chapecoense no último domingo (29).

Desde o início da competição, o clube goiano é o que mais esteve no grupo dos quatro primeiros colocados: 11 de 14 rodadas, número que saltará para 13 de 16 rodadas, contabilizando as duas próximas já garantidas no G4.

A equipe esmeraldina volta para Goiânia nesta segunda-feira (30) e ainda terá oito dias livres até o próximo compromisso na Série B. O Goiás volta a campo apenas na terça-feira (8) da próxima semana para enfrentar o Criciúma, na Serrinha, pelo encerramento da 15ª rodada.

Goiás iguala maior vantagem para o 5º colocado e garante mais duas rodadas no G4

Série B

O atacante Walter marcou seu primeiro gol após voltar ao futebol goiano e iniciar passagem pelo Tupy de Jussara. O jogador de 35 anos, que perdeu mais de 40 kg e voltou a atuar no Estado neste ano, fez o gol que definiu o empate por 2 a 2 com o Rio Verde, pela 8ª rodada da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano.

Walter marcou o gol aos 42 minutos da etapa final. O jogo estava 2 a 1 para o Rio Verde, no estádio Geraldão, em Jussara. O atacante bateu a cobrança com a perna direita no canto esquerdo da meta do goleiro Rafael Cristino, que pulou para o lado direito.

Foi o primeiro gol do atacante pelo Tupy de Jussara em cinco jogos. Ele tem atuado como reservas e saiu do banco aos 17 minutos da etapa final para decidir o placar, que mantém o Tupy de Jussara, em 4º, à frente do Rio Verde na classificação, em 5º.

Walter voltou ao futebol goiano neste ano após três temporadas desde sua passagem pelo Goiânia. O atacante tem longa história no Estado com passagem de sucesso pelo Goiás e também jogou pelo Atlético-GO.

O atacante sempre conviveu com problemas de peso, mas desde o final do ano passado até março de 2025, revelou que perdeu mais de 40kg. Pelo Tupy de Jussara, Walter tenta iniciar nova fase na carreira.

O próximo compromisso dele e da equipe de Jussara será no domingo (6), a partir das 15h30, no estádio Ferreirão, diante do Iporá, pela 9ª rodada da Divisão de Acesso.

Walter marca primeiro gol pelo Tupy de Jussara após voltar ao futebol goiano

Divisão de Acesso

O Goiás voltou a vencer na Série B após duas derrotas consecutivas e deu recado de que não quer saber de crise perto do clube na busca pelo acesso à Série A. Na Arena Condá, o time esmeraldino superou a Chapecoense, de virada, por 2 a 1, neste domingo (29). O resultado pela 14ª rodada da competição mantém a equipe goiana no topo da classificação.

O técnico Vagner Mancini não teve receio de mudar o cenário da partida e colocar em campo atletas que deixassem o time goiano com mais opções ofensivas. No começo da etapa final, aos 17 minutos, o zagueiro Victor Caetano, da Chapecoense, foi expulso após o segundo amarelo.

O treinador então fez mudanças apenas no setor ofensivo. O Goiás jogou, desde os 30 minutos do 2º tempo, com cinco atacantes em campo: Jajá (entrou na vaga de Arthur Caíke), Facundo Barceló (entrou no lugar de Diego Caito), Pedrinho (entrou na vaga de Vitinho), Esli Garcia (entrou no lugar de Welliton Matheus) e Anselmo Ramon (foi titular). Além deles, o treinador também optou pelo meia Rafael Gava na vaga do volante Marcão.

“Eu olhei para frente (ataque) em todas as minhas substituições. Tirei o Marcão, o lateral direito (Diego Caito), coloquei dois atacantes para ter ações mais agressivas na frente. Eu sabia que a Chape ia sentir a parte física por ter um homem a menos, por isso tentei ser mais contundente na parte ofensiva para gerar o erro. Deu certo. Esse foi o ponto alto da partida, as substituições que deram certo”, analisou o técnico Vagner Mancini.

Os gols da virada demoraram a sair. Facundo Barceló empatou aos 35 minutos, mas o gol foi anulado por posição irregular do atacante. Aos 40, Tadeu deixou tudo igual após cobrança de pênaltis e aos 51 minutos Anselmo Ramon virou após cruzamento de Rafael Gava.

O treinador admitiu que a sequência de derrotas, para CRB e Athletic-MG, aumentou a pressão em torno do clube goiano na Série B. O Goiás entrou em campo contra a Chapecoense na 2ª colocação, após o Coritiba ultrapassá-lo na tabela depois de vencer, no sábado (28), o Athletico-PR no clássico paranaense. Com a vitória em Chapecó, a equipe goiana reassumiu a 1ª colocação com 29 pontos.

“Nós sabíamos que mais cedo ou mais tarde voltaríamos a ganhar. Existia pressão sim, mas nossa, de maneira interna. Temos um bom time, lideramos o campeonato, mas internamente sabíamos que o resultado contra o Athletic-MG, não o diante do CRB, fugiu do que esperávamos. Por isso era importante voltar a ganhar e a normalidade na Série B. Foi uma vitória contra um adversário difícil, que faz boa campanha em Chapecó, situações que valorizam ainda mais a nossa vitória”, acrescentou o técnico esmeraldino.

Vagner Mancini também frisou que a vitória sobre a Chapecoense “recoloca a equipe na briga pelo campeonato” e traz “alívio depois de derrotas seguidas” na competição.

Ele disse que o elenco está blindado e unido na busca pelo acesso à Série A. “Estamos fechados e blindados. O mais importante é olhar para todos e ver a vibração. No vestiário conversamos sobre o quanto foi importante o Barceló entrar no jogo e fazer o gol, mesmo que anulado. Ganhou abraços de todos por demonstrar essa união, maneira fechada que estamos. Dessa forma temos chances no campeonato”, comentou o treinador do Goiás.

Líder, o Goiás terá nove dias livres até o próximo compromisso na Série B. O time esmeraldino volta a campo apenas no dia 8 de julho. O duelo, que marca o lançamento do novo uniforme do clube goiano, será contra o Criciúma, a partir das 19h30, na Serrinha, no encerramento da 15ª rodada.

Vagner Mancini enaltece postura ofensiva do Goiás em virada contra a Chape

Pós-jogo

A vitória (1 a 0) sobre o Atlético-GO no clássico disputado no sábado (28), serviu não só para o Vila Nova se reabilitar na Série B como, ainda, ampliou a estatística positiva do clube sobre os dois adversários goianos na Segundona nacional. A equipe colorada chegou a seis clássicos seguidos sem perder para Atlético-GO e Goiás.

Os bons resultados recentes reforçam a recuperação do clube no cenário regional e servem como combustível para a sequência da temporada. Neste ano, o Vila Nova venceu o Atlético-GO duas vezes:&nbsp; fez 3 a 1, pela 1ª fase do Estadual, e o triunfo do final de semana (1 a 0).&nbsp;

Nos clássicos contra o Goiás, a boa sequência passa por duas vitórias (ambas por 1 a 0), pela 1ª fase e na semifinal do Goianão), um empate (0 a 0) na semifinal do Goianão e outra igualdade (2 a 2) pela Série B do Brasileiro.&nbsp;

As últimas derrotas do Vila, para um dos dois rivais da Série B, foram na final do Estadual de 2024, quando o Dragão ganhou de 2 a 0 e 3 a 1 e foi tricampeão da competição.&nbsp;

O Vila Nova, mais do que a estatística, comemorou bastante a vitória no clássico do final de semana sobre o Atlético-GO, pois vinha de cinco derrotas seguidas na Série B e sentia a pressão bater à porta do clube - nesta sequência, houve a troca de comando técnico, com a demissão de Rafael Lacerda e a contratação de Luizinho Lopes, também muito pressionado no cargo até o triunfo no clássico.&nbsp;

O resultado no OBA também melhora a pontuação vilanovense na Série B - chegou aos 19 pontos, superando o Dragão (18 pontos) na concorrência entre ambos pela melhor posição na tabela. Os dois clubes goianos estão no meio da tabela e ainda se encontram abaixo do G4 e de outros concorrentes após a 14ª rodada do 1º turno.&nbsp;

O Vila Nova planeja elevar a pontuação nas próximas partidas, apesar do desfalque do lateral esquerdo Willian Formiga, suspenso - o substituto deve ser Higor, lateral de 20 anos que foi revelado na base colorada.&nbsp;

A pretensão do Vila de subir na tabela passa pela conquista de mais um resultado positivo. Agora, joga fora, em partida inédita diante da Ferroviária-SP, no próximo domingo (6), na Arena Fonte Luminosa, em Araraquara-SP.&nbsp;