Fellipe de Jesus Moreira, que completou 19 anos no dia 3 de janeiro, pôde passar ao lado da família a data do aniversário, em Santana do Parnaíba (SP). Perto de completar três meses após sofrer duas paradas cardiorrespiratórias em Goiânia, durante treino do Atlético-GO no CT do Dragão, no dia 12 de outubro passado, Fellipe venceu a fase mais difícil na luta pela sobrevivência. Ele deixou a capital goiana no dia 29 de dezembro e continuará o processo de recuperação e reabilitação na cidade paulista. Após lutar contra a morte, ele entrará em outra etapa da vida, em busca de vivê-la normalmente.Afinal, teve de ficar cerca de 20 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Depois, foi transferido para o leito da enfermaria daquele hospital até iniciar outro processo de recuperação, no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer). Aos poucos e com muita persistência, está conseguindo se recuperar."Fellipe teve alta (médica), está em São Paulo. Antes do Natal, fui visitá-lo aqui, em Goiânia. Ele conversou rapidamente comigo, se lembrou de mim. Está evoluindo muito bem (na recuperação), já está conversando. É lógico que tem limitações na fala, mas se lembra do que aconteceu. Estou muito feliz porque ele está muito bem. Ele também está feliz, sorridente", detalhou o médico do Atlético-GO, Lucas Ricci.O médico acompanhava o treino do Atlético-GO, no dia 12 de outubro, quando Fellipe se sentiu mal ainda no gramado e teve a primeira parada cardiorrespiratória. Foi socorrido pelo médico e sofreu a segunda parada a caminho do Cais do Urias Magalhães. Ele só sobreviveu porque o médico estava por perto para atendê-lo naquela manhã e equipamento básico para o socorro, como o desfibrilador, foi utilizado. Após ficar cerca de 25 minutos desacordado, foi possível recuperar a pulsação dele. No Hugol, foi entubado em estado grave e iniciou o processo de luta para resistir à gravidade das paradas cardiorrespiratórias.Lucas Ricci não se arrisca a falar sobre o futuro de Fellipe como um atleta de alto rendimento, diz que evolui muito bem na recuperação, mas acredita que ele conseguiu uma grande vitória ao resistir. "O Fellipe teve 25 minutos de parada (cardiorrespiratória), Ele tem uma neuroplasticidade boa, mas é muito complicado", disse o médico, acrescentando que o departamento médico do clube ainda está investigando as causas do incidente, pois o jogador tinha histórico clínico favorável à prática esportiva desde os tempos em que atuava na base do Guarulhos-SP.