-Imagem (Image_1.2571591)Cercada de polêmicas e com uma vigilância severa para evitar protestos, a primeira Copa do Mundo no Oriente Médio tenta recriar um clima vivido em outros lugares mais tradicionais que abrigaram o torneio mais importante do futebol mundial. No Catar, o fato de todos os estádios estarem em um raio de 50 quilômetros deu novos ares à atmosfera que cerca a competição, nem sempre vista como positiva. “Não é a mesma coisa”, lamentou o croata Mario Sinica, se referindo ao fato de o país-sede não ter tradição no futebol.Na entrada do estádio Al Bin Ahmad, onde acompanhou a classificação da Croácia após o empate por 0 a 0 com a Bélgica -, Mario elogiou a segurança, os estádios e a estrutura física da cidade, mas não deixou de comparar com mundiais anteriores, em que esteve presente. “No Brasil, na Rússia, tinha algo a mais. Aqui, estou achando mais ou menos”, opinou o torcedor, que estava acompanhado do amigo Posavec, que a cada resposta fazia coro com Mario.Leia também- Camarões x Brasil: Daniel Alves vive marco em duelo- Brasileiros no Catar apoiam Tite na decisão de escalar reservas- Goianos vão apitar jogo do mata-mata da Copa do CatarJá Arnaud Lieutenant saiu da Bélgica para seu segundo Mundial 24 anos depois de ter acompanhando a Copa do Mundo de 1998, na França. “É um retorno para mim. Creio que está tudo perfeito. Antes de deixar meu país para vir para cá, tinha outra impressão, mas, quando cheguei aqui, tive uma agradável surpresa”, falou o torcedor belga, que destacou o bom ambiente encontrado entre os torcedores de várias nações reunidos em um espaço reduzido.Para o gaúcho Sandro Angeli, o fato de todos estarem reunidos em uma única cidade dá um aspecto olímpico à Copa do Mundo. “Essa experiência nunca vai se repetir. Parece uma Olimpíada”, relatou o brasileiro, que acompanhou toda a 1ª fase da Copa no Catar sem registrar qualquer incidente. “Não vi nada que pudesse ser digno de registro. Quando se está em um país como este, é preciso respeitar a cultura local”, decretou o morador de Caxias do Sul.Para o goiano de Taquaral, Reinaldo Nogueira, só um detalhe deixou o Mundial menos atrativo. “A cerveja é muito cara. Ainda assim, é possível se divertir.” É a mesma opinião do costarriquenho Carlos Melendez. “É caro, mas não é inacessível. Para mim, que não sou de beber muito, não faz muita diferença”, complementou o centro-americano, que estava acompanhado pelo pai Eduardo e pelo irmão Ilan.A cerveja custa o equivalente a 74 reais e é vendida nas fan fests da Fifa. Também é liberada em hotéis, por exemplo, a preços variados. Nos estádios, não há venda de bebida alcoólica nas arquibancadas, só em lugares vip das arenas. Nos arredores, também não é vendida cerveja com álcool.Os argentinos Alan Cabral e Victor Gomez ressaltaram que o susto sofrido pela Argentina na 1ª rodada - derrota para a Arábia Saudita, por 2 a 1 - foi o pior que passaram em terras cataris, até o momento. “Estamos felizes com a classificação. Os campos são imponentes e não tivemos nenhum inconveniente fora a derrota. Tudo muito organizado, apesar de todos estarem em uma mesma cidade.”O Catar tem legislação que restringe a liberdade das mulheres, sob o regime de tutelagem de pais e maridos, e os direitos da comunidade LGBTQIAP+. A homossexualidade é ilegal no país. Nas arquibancadas e gramados, entre torcedores e jogadores, a Fifa tem impedido protestos.Uma mulher foi impedida de exibir uma camisa do Irã com o nome de Mahsa Amini, iraniana presa e morta por ter violado o código de vestimenta do país, deixando uma mecha do cabelo à mostra. A exibição de bandeiras do arco-íris também foi alvo de restrição. Capitães de seleção não puderam usar braçadeira do movimento One Love.-Imagem (Image_1.2571592)