A eleição na CBF, marcada para esta quarta-feira (23), foi suspensa nesta terça-feira (22) pela Justiça de Alagoas para atender uma demanda do vice-presidente da confederação, Gustavo Feijó, que não conseguiu inscrever uma chapa por falta de apoio. O pleito seria realizado com candidatura única de Ednaldo Rodrigues, que conta com o aval de quase todos os clubes e federações.Representantes do futebol goiano com direito a voto vão, quando a eleição ocorrer - a CBF deve tentar recurso para a cassação da liminar -, aclamar Ednaldo Rodrigues para seguir à frente da entidade que rege o futebol brasileiro.Atlético-GO, Goiás e Federação Goiana de Futebol (FGF) declararam apoio ao, por ora, candidato único e esperam que a gestão mude a imagem da entidade, marcada por crises e afastamentos de presidentes nos últimos anos - o Vila Nova foi o único clube que não respondeu ao POPULAR.A eleição estava prevista para ser realizada nesta quarta-feira (23), mas foi suspensa no início da noite de terça (22) pelo juiz Henrique Gomes de Barros Teixeira, da 1ª Vara Cível de Maceió, que deferiu pedido feito pelo vice-presidente da CBF, Gustavo Feijó, que nos últimos meses se tornou o maior opositor de Ednaldo Rodrigues. A CBF vai recorrer da decisão.Representantes do futebol goiano disseram, em comum, que esperaram uma “boa gestão” de Ednaldo Rodrigues à frente da CBF. O mandato de quem for eleito é de quatro anos. O dirigente ocupa o cargo, de forma interina, desde setembro do ano passado após afastamento de Rogério Caboclo, que não terminou seu mandato por causa de denúncias de assédio sexual e moral contra funcionários da entidade.“Eu quero que ele (Ednaldo Rodrigues) recupere a imagem da CBF, está muito desgastada. Que consiga levar seriedade e busque, cada dia mais, credibilidade para o futebol brasileiro. É um dos principais do mundo e precisa de credibilidade. Os escândalos precisam parar”, opinou o presidente do Atlético-GO, Adson Batista.Outro desejo é de “uma gestão eficiente” e com os “clubes como aliados e não oposição”, como disse o presidente do Goiás, Paulo Rogério Pinheiro. Para ele, a CBF precisa apoiar a criação de uma liga. “Que não tenha favorecimentos a equipe A ou B e que apoie incondicionalmente a Liga que está sendo criada. (A CBF) já se manifestou publicamente ser favorável e apoiar”, declarou o dirigente.O apoio da CBF foi oficializado no dia 8 de março, após reunião com os clubes das séries A e B do Brasileiro. No encontro, a entidade se comprometeu a apoiar a criação de uma liga, após as equipes concordarem com mudanças de nova regras para a eleição da CBF.Um dos pontos foi a manutenção dos pesos dos votos na eleição da entidade. As federações têm peso 3, clubes da Série A têm peso 2 e da Série B têm peso 1.“Eu concordo (com a distribuição dos votos). Quando os clubes, o Atlético, por exemplo, vota, ele pensa em si. O Goiás, o Vila também. Eu, quando voto, penso nos três e nos outros. Represento o pessoal do Anápolis, da Ovel, da Aparecidense, do Itumbiara, do Crac. Represento 30, 40 clubes, sem contar os amadores”, defendeu o presidente da FGF, André Pitta.O dirigente, assim como os clubes goianos, reconhece que a imagem da CBF não é positiva após escândalos nos últimos anos. Em 2012, Ricardo Teixeira renunciou ao cargo após denúncias de corrupção. Seu substituto, José Maria Marin foi preso em 2015 e sucedido por Marco Polo Del Nero, banido pela Fifa em 2018. Rogério Caboclo assumiu e não terminou o mandato após denúncias de assédio sexual e moral contra funcionários da entidade.“O impacto é ruim para o futebol, a expectativa é que a mudança seja para melhor. Espero que ele (Ednaldo) consiga”, afirmou André Pitta. O presidente da FGF disse que mantém diálogo próximo a Ednaldo Rodrigues, mas ainda não sabe se vai se manter no cargo de diretor da CBF - é diretor da Série D. O dirigente também afirmou que não possui contato com Marco Polo Del Nero, que ainda teria influência na entidade, conforme foi publicado em reportagem do Esporte Espetacular, domingo (20).“Temos um grupo de WhatsApp, mas eu nunca vi ele (Marco Polo Del Nero) participando. Pode ser que esteja no grupo, mas nunca vi uma linha dele. Tem mais de dois anos que não falo com ele”, salientou André Pitta, que alega que não é um dos presidentes de federações que teriam recebido aumento de salário em 2021, como também demonstrou a reportagem veiculada no Esporte Espetacular.