A decisão da Fifa e do governo do Catar de não exigirem testes de Covid-19 na rotina de jogadores e membros das comissões técnicas das seleções que estão no país do oriente médio para a disputa da Copa do Mundo é considerada por especialistas como irresponsável e uma grave negligência com a doença.Assim como os astros do Mundial, torcedores e profissionais, como jornalistas, que entram no país da Copa, não precisam apresentar comprovante vacinal ou fazer testes caso apresentem sintomas da doença.Leia também- Para observar e avaliar, Brasil terá time reserva contra Camarões- Confira a classificação dos grupos da Copa do Mundo“Considerando que estamos em uma pandemia e que milhares de pessoas permanecem no mesmo ambiente por várias horas, essa atitude da Fifa e dos organizadores demonstra grave negligência. Os ambientes não ficam seguros sem quando não ocorre o isolamento de possíveis infectados, quando não há recomendação de testes e a exigência do comprovante de vacinação”, declarou a infectologista Christiane Kobal.Por causa da ausência de protocolos rígidos contra a Covid-19, a seleção brasileira decidiu não realizar testes para a doença em alguns jogadores que tiveram sintomas gripais recentemente. Além do craque Neymar, que teve febre, os atacantes Antony e Raphinha alegaram problemas na garganta. O meia Lucas Paquetá apresentou sintomas de gripe, e o volante Bruno Guimarães teve mal-estar.Para a infectologista Heloina Claret de Castro, a atitude da CBF é irresponsável. “É irresponsável, visto que o quadro clínico inicial se confunde entre várias doenças virais respiratórias, e um diagnóstico com exames específicos nos dá a chance de tratar com antivirais eficazes”, afirmou a especialistas.A CBF não vê relação com a Covid-19 e optou por não testar os atletas. A análise do estafe do Brasil é que as variações de temperatura de Doha estão prejudicando os atletas. “Na hora da avaliação médica, não passou nem perto de fazer esse tipo de teste”, disse Juninho Paulista, coordenador da seleção.Especialistas consultados pelo POPULAR, porém, afirmam que as variações não são suficientes para causar casos de febre, por exemplo.“Estão tratando com irresponsabilidade o tema. Fazer de conta que Covid-19 não existe coloca os jogadores e demais membros em risco. Perde-se a oportunidade de tratamento com antiviral rápido e aumenta período de transmissibilidade entre todos. É uma decisão lamentável de todos os envolvidos”, salientou a infectologista Christiane Kobal.Entre torcedores, a falta de exigência de testes também promove o temor de novas variantes. Milhares de torcedores, de todas as partes do mundo, foram para o Catar para acompanhar os jogos da Copa do Mundo. “A aglomeração de pessoas é uma situação que contribui para ampla propagação viral”, resume Christiane Kobal.“Este contato, por meio de aglomerações, sempre propicia a transmissão de doenças de transmissão respiratória e por contato, como são os casos da Covid-19, gripe e meningite, por exemplo”, exemplificou a infectologista Heloina Claret de Castro.Mesmo sem obrigação, algumas seleções começam a reforçar os protocolos de segurança. Japão e Inglaterra passaram a exigir o uso de máscaras faciais em suas atividades.