Maior jogador da história, Pelé morreu nesta quinta-feira (29) aos 82 anos, em São Paulo. Na carreira, superou qualquer adversário, marcador, esquadrão. Na vida, foi vencido por um câncer contra o qual lutou nos últimos 16 meses. Por último, estava sob cuidados paliativos e teve complicações renais e cardíacas.A morte, segundo o hospital Albert Einstein, em São Paulo, ocorreu em decorrência de falência de múltiplos órgãos, resultado da progressão de um câncer de cólon.Pelé foi excepcional. Fez história, inspirou e transformou o futebol. Marcou 1.283 gols, segundo contas do próprio Rei, foi tricampeão da Copa do Mundo. Em uma das conquistas, a terceira, em 1970, liderou um dos times mais emblemáticos do esporte mundial.Foi após essa Copa que Pelé deixou de ser um craque e passou a ser considerado como o maior jogador da história.Leia também:+ Adversários do futebol goiano reverenciam Pelé+ Goiano jogou com Pelé no último jogo do ReiEm 1958, em sua primeira Copa, o Rei já tinha aprontado na Suécia. Se tornou o mais jovem a marcar em uma final do Mundial. Jogou a decisão contra os suecos com 17 anos, oito meses e seis dias, e marcou duas vezes na goleada por 5 a 2. Esse feito até hoje não foi superado. Em 1962, no Chile, se machucou no segundo jogo.Foi em 1970, na Copa do México, que passou a ser considerado o maior de todos os tempos. Foi decisivo nas Eliminatórias, marcou gols, deu assistências e criou jogadas que só gênios fazem parecer fácil. Liderou o Brasil no tri e deixou de ser um craque para entrar no hall dos deuses do esporte.O Rei do Futebol foi responsável por inspirar diversas gerações ao longo da história e quase sempre é citado como principal referência para eternos craques.Não cansou de vencer. Foram mais de 35 títulos ao longo da carreira, mais de 1.200 gols marcados, recordes… Com o Santos, foi campeão continental e mundial em 1962 e 1963, anos em que o time brasileiro, junto com Pelé, encantou um mundo pouco conectado e de comunicação analógica. Pelé construiu números expressivos que comprovam sua grandeza.Tricampeão mundial, com os títulos de 1958, 1962 e 1970, Pelé marcou 12 gols em Copas do Mundo. Apenas quatro jogadores marcaram mais gols no torneio de seleções em edições seguintes: o alemão Miroslav Klose (16), o craque Ronaldo (15), outro alemão Gerd Müller (14) e o marroquino naturalizado francês Just Fontaine (13).Pela seleção brasileira, Pelé jogou 95 partidas e era, até este ano, o maior goleador da história do Brasil de forma isolada. Durante a campanha da equipe brasileira na Copa do Catar, Neymar igualou o Rei ao marcar o 77º gol dele pela seleção.Um aspecto que ajudou Pelé a se tornar o maior de todos os tempos foram as parcerias que teve ao longo da carreira. O Rei dividiu gramados com craques como Coutinho, Garrincha, Vavá, Pagão, Toninho Guerreiro, Tostão, Pepe, Mengálvio, Jairzinho e Zico. Deixou legado para eles e para atletas que surgiram nos anos seguintes.Pelé transcendeu o futebol e o esporte. Virou um símbolo pop, retratado por Andy Warhol, com presença no cinema, com relacionamentos com celebridades. Até quebrou o dedo de Sylvester Stallone com um chute durante uma gravação do longa “Fuga pela Vitória” (1982).Para o futebol e o mundo, Pelé é imortal.