Após exames detalhados e sob supervisão do cardiologista e ex-presidente do Goiás, Sergio Rassi, o clube esmeraldino descartou utilizar o meia Léo Sena na atual temporada por causa de uma miocardite viral pós-Covid. O médico disse que ficou surpreso de forma positiva com os resultados dos exames, mas acredita que é melhor ter cautela com o retorno do jogador às atividades. A previsão é de que o meio-campista de 26 anos, que deve passar por acompanhamento psicológico, possa retornar em dois ou três meses.Léo Sena ficará sendo observado nos próximos dois ou três meses com exames regulares e acompanhamento médico. A intenção é que a investigação sobre o problema cardíaco esteja completamente zerada para, somente depois disso, a liberação ser feita para que o jogador tenha uma rotina de atleta profissional.“O que estamos percebendo é que essa doença está tendo um quadro de regressão no Léo Sena, mas temos de saber qual é o momento certo de liberá-lo para a atividade física de um atleta”, explicou Sergio Rassi.Leia também:+ Goiás mantém discurso de permanência na Série A+ Após estreia de gala, Marquinhos Gabriel deve ser titular contra ex-clubeA miocardite viral pós-Covid gerou no coração de Léo Sena sequelas que foram observadas, primeiramente, com muita preocupação por Sergio Rassi, mas com a evolução do quadro, o médico ficou mais otimista. “A arritmia quase desapareceu e o componente mecânico, áreas de fibrose no coração, diminuíram consideravelmente”, explicou o médico.Ao mesmo tempo que o Goiás vai avaliar periodicamente as condições clínicas de Léo Sena, o jogador deve ser submetido a um programa especial de recondicionamento físico orientado. “Nesse meio tempo, obviamente, (Léo Sena) precisa ser enquadrado em um programa de readaptação física de modo bastante gradual”, disse Sergio Rassi.O cardiologista explicou que o exame realizado em Léo Sena nesta sexta-feira (2) foi o que indicou essa possibilidade do retorno gradativo do jogador. “O exame fundamental para essa tomada de decisão foi feito hoje, que é o estudo eletrofisiológico do coração, um exame que faço pessoalmente. É o mesmo exame que usei para liberar o Fabrício Carvalho, na época, e para recomendar a interrupção da atividade de atleta do Paulo Ramos, que infelizmente não seguiu essa recomendação e veio a falecer jogando futebol”, disse Sergio Rassi, sobre o ex-jogador do Vila Nova que morreu durante jogo de futebol entre amigos.O médico lembrou o caso do ex-atacante Fabrício Carvalho, que teve diagnosticado um problema no coração, mas que conseguiu voltar a praticar futebol de forma profissional. “Ele fazia o sistema holter, aquele gravadorzinho que registra o ritmo cardíaco durante o treinamento, à medida em que ele ia avançando no treinamento, repetíamos os exames com ele portando o aparelho durante o esforço”, lembrou Rassi.“Converso com o atleta e vejo no brilho dos seus olhos a expectativa de receber a notícia de que ele pode jogar bola, que ele pode ser um atleta, voltar a fazer o que ele tanto bem fazia. Acho que ele precisa dessa solidariedade, dos colegas de profissão, da torcida, dos amigos e família. Acho que é muito importante”, comentou Rassi.