Historicamente, Goiás e Guarani costumam fazer jogos equilibrados, e muitos são especiais para a torcida esmeraldina por terem marcado campanhas inéditas do time goiano na Série A. O confronto teve até “invasão” no estádio Brinco de Ouro da Princesa em 1983 e vestiário trancado em 1996. Na segunda-feira (22), as equipes se enfrentam em Campinas (SP) em partida que pode determinar o retorno do clube goiano à elite do futebol nacional.Ao longo da história, Goiás e Guarani já se enfrentaram em 37 partidas. O retrospecto é de 13 vitórias esmeraldinas, 13 empates e 11 triunfos do time paulista - os dados são do Futebol de Goyaz. No 1º turno da atual Série B, os goianos venceram por 2 a 1 na Serrinha.Alguns desses jogos foram marcantes para o Goiás. O primeiro que é lembrado ocorreu em 1983. Na ocasião, o time esmeraldino venceu o Guarani por 2 a 1 e conquistou a classificação às quartas de final da Série A. A 5ª colocação foi a melhor campanha do clube na competição até aquele momento.“Nosso time era muito bom, jogava redondinho. Fizemos um campeonato brilhante. Ficamos em 5º em um campeonato de nível altíssimo. Foi um jogo (contra o Guarani) muito equilibrado, duríssimo. O Luvanor teve uma boa atuação”, lembrou o ex-atacante do Goiás, Cacau.Luvanor, com 22 anos, marcou os dois gols da vitória esmeraldina na partida. Segundo o ex-atacante do Goiás e também com relatos da Folha de São Paulo da época, cerca de 600 torcedores do time goiano estiveram no estádio Brinco de Ouro da Princesa para acompanhar o duelo.“Foi o que mais me marcou naquela partida, a presença da torcida foi fantástica. Nos empurraram durante o jogo, carregaram o time depois. Todos os jogadores. Foi uma linda festa”, salientou Cacau.No próximo encontro entre Goiás e Guarani, na segunda-feira (22), a torcida do Goiás também estará no Brinco de Ouro da Princesa. O clube adquiriu os 10% de ingressos que tem de direito e a retirada por parte dos esmeraldinos começou nesta quinta-feira (18). Cerca de 450 bilhetes foram retirados. Interessados devem ir à Serrinha nesta sexta-feira (19) para retirar os ingressos na sala do departamento de marketing do clube (entrada na avenida 85).Em 1996, dois novos confrontos foram importantes para o Goiás, que novamente fez campanha inédita na Série A. Nas quartas de final do Brasileiro, o time esmeraldino passou pelo Guarani com placar agregado de 3 a 2 após dois jogos. Na ida, em Goiânia, o time da casa venceu por 3 a 1. Depois, o Goiás foi superado por 1 a 0 na volta.O goleiro do Goiás era Kléber Guerra, que havia recuperado a titularidade na equipe em 1996 e foi destaque no jogo da volta com defesas que ajudaram o clube goiano a segurar a pressão bugrina para avançar à semifinal - o time caiu para o Grêmio e foi 4º colocado no campeonato.Antes da bola rolar em Campinas, porém, o time do Goiás precisou arrombar o vestiário do time visitante e até se aquecer no estacionamento do estádio, segundo o ex-goleiro e hoje comentarista da TV Anhanguera.“O jogo de Campinas, para mim, é histórico. Aconteceu de tudo, foi um jogo complicado. Os batedores nos atrasaram para chegar no estádio e, quando chegamos, encontramos o vestiário trancado. Tivemos de arrombar o vestiário, ele (Luiz Roberto Zini, presidente do Guarani) mandou pintar com tinta óleo. O cheiro estava insuportável, ninguém conseguia ficar lá dentro. Na sala de aquecimento, jogaram uma cera com óleo e ninguém ficava em pé”, contou Kléber Guerra.“Voltamos para o estacionamento e aquecemos do lado de fora. O time entrou frio em campo. O Guarani estava aquecido, casa cheia, e eles vieram para cima e marcaram o gol muito cedo. Depois disso, foi um bombardeio, fui eleito o melhor em campo pelas defesas. O time suportou bem, perdemos por 1 a 0, mas foi um resultado que nos classificou. Tudo isso é fruto do trabalho do professor do Paulo Gonçalves”, salientou o ex-goleiro do Goiás, que acredita que o Bugre vai repetir o ímpeto ofensivo e ir para cima desde o início do jogo na próxima segunda-feira (22).