Nos pênaltis, de forma dramática, mas merecedora pelo futebol apresentado na maior parte do jogo, o Atlético-GO fez história na Copa Sul-Americana. A torcida do Dragão, que voltou ao Estádio Serra Dourada após dois anos e oito meses, festejou a classificação histórica da equipe atleticana no torneio continental sobre o Olimpia (Paraguai), com vitória de 5 a 3 nas penalidades, depois do triunfo de 2 a 0 no tempo regulamentar.O Atlético-GO garante a vaga nas quartas de final da Copa Sul-Americana. Agora, poderá preparar as malas, a bagagem e o passaporte para decidir a vaga à semifinal diante de outro clube tradicional do continente - o Nacional (Uruguai).Leia também:+ Nos pênaltis, Atlético-GO elimina Olimpia e faz história ao avançar às quartas+ Torcedores do Atlético-GO se dividem sobre volta ao Serra DouradaNas cobranças de pênaltis desta quinta-feira (7), os atleticanos converteram as cobranças com Wellington Rato, Gabriel Baralhas, Shaylon, Rickson e Marlon Freitas. No Olimpia, os chutes convertidos foram de Alejandro Silva, Ortiz e Cardozo, enquanto Hugo Quintana parou nas mãos de Ronaldo.O goleiro era só emoção após a classificação. Compartilhou o mérito da defesa histórica com o estafe. Cláudio Cerqueira, preparador de goleiros, Marcus Vinícius Rocha (Marcão, auxiliar de preparação de goleiros), Rostan Almeida (analista de desempenho) e Bebeto Sauthier (analista e auxiliar de Jorginho) foram lembrados por Ronaldo na hora de explicar como foi o estudo dos batedores do Olimpia.“Queria ajudar com uma defesa que foi importante. Estudei junto com Nonô (Cláudio Cerqueira), Marcão, Rostan e Bebeto. A gente viu a probabilidade de canto de cada um. Pude pegar pelo menos um e esta vitória é de todo mundo”, disse o goleiro, de 25 anos e 1,94m.Ronaldo descreveu o lance decisivo nas penalidades. “Foi uma defesa difícil. Ela (a bola) ficou um pouco atrás de mim, foi um pouco para cima. Vi subindo e só rezando para ela sair”, disse o herói da noite no Serra Dourada.Ronaldo ainda agradeceu o momento que vive no Atlético-GO, que recebe ser especial. “É muito gratificante. Tive um ano passado muito abaixo do que eu podia dar. Este ano, o Atlético-GO me deu oportunidade de vir, trabalhar, melhorar como atleta e pessoa.”Os gols no tempo normal foram dos atacantes Diego Churín e Airton, antes dos dez minutos de partida. Mas, na bola parada, uma vez mais o jogador decisivo foi o goleiro Ronaldo. Ele defendeu a cobrança de Hugo Quintana. Como havia sido efetivo na vitória sobre o Cuiabá-MT na Copa do Brasil, também por 5 a 3, Ronaldo mostrou por que veio do Vitória-BA com status de goleiro jovem e eficiente.O jogoArrasador, letal, rápido na arrancada nos minutos iniciais do jogo. Assim se comportou o Atlético-GO no começo da partida. Poucas vezes a torcida viu uma equipe tão eficiente, no aproveitamento das chances, em um curto espaço de tempo.Antes dos 10 minutos, o Dragão abriu 2 a 0 sobre um time paraguaio atônito, sem saber como assimilar o que o time atleticano fez para tirar a vantagem construída pelo tradicional time paraguaio em Assunção (Paraguai).O Atlético-GO fez dois gols rapidamente e poderia fazer mais, pois teve mais posse de bola, fez marcação forte no campo adversário e foi mais criativo. O Olimpia precisou trocar os laterais, Otávaro e Torres, contundidos.Sem Jorginho, o articulador do time, o Atlético-GO precisava que outros jogadores fossem decisivos. Contratado em abril para ser o goleador, o argentino Diego Churín foi o capitão atleticano. E fez as vezes de algoz do Olimpia, como nos tempos de Cerro Porteño (Paraguai), quando marcou três gols sobre o rival. No primeiro lance, Churín aproveitou escanteio e levantou a torcida rubro-negra - 1 a 0, aos 4 minutos.No ataque seguinte, Airton foi ousado, fez bela jogada individual, tirou a marcação e marcou belo gol - 2 a 0, aos 7 minutos. Foram os primeiros gols de Churín e Airton na Sul-Americana.O Dragão ainda teve gol de Marlon Freitas anulado, em impedimento. Churín deu um susto nos paraguaios, mas a bola carimbou a trave. Dono da ações e senhor da situação, o Atlético-GO fechou a etapa inicial revertendo a vantagem rival.A intensidade da primeira metade do jogo não foi repetida na etapa final. O Atlético-GO não conseguiu pressionar o Olimpia como fez anteriormente. Só após os 20 minutos, teve a chance de fazer o terceiro, mas Gastón Olveira evitou duas vezes que Marlon Freitas ampliou. A torcida rubro-negra sentiu o bom momento e empurrou o time. Mas sem marcar o gol, restou o sofrimento das penalidades.-Imagem (Image_1.2486937)