Com seis décadas de serviços prestados ao Goiás, Hailé Pinheiro está eternizado na história do clube, que completará 80 anos de fundação em 2023. O dirigente histórico deixará como marca seu legado para os pares esmeraldinos, que esperam manter vivo o idealismo e a seriedade que marcaram a trajetória do principal dirigente da história do clube.No último adeus ao líder máximo do Goiás, que morreu nesta quarta-feira (7) por complicações causadas por um câncer na garanta, contra o qual lutava, personalidades esmeraldinas estiveram na Serrinha, durante o velório, e destacaram as virtudes de Hailé Pinheiro como pessoa e dirigente. Também lembraram ensinamentos que ficam como legado para a sequência do clube.Edmo Mendonça Pinheiro é sobrinho de Hailé Pinheiro e sucessor do tio na presidência do Conselho Deliberativo do Goiás. O dirigente acredita que dificilmente conseguirá chegar perto do que representou Hailé Pinheiro para o clube.“Só o tempo dirá o tamanho do legado que ele deixa. Tenho certeza que o Goiás sentirá muito, muito, muito. Se juntarmos eu e o Paulo Rogério, que está na presidência executiva, não dá um décimo do que representou Hailé Pinheiro para esse clube. Temos de fazer muito, trabalhar 24 horas por dia para tentarmos ser um pouquinho do que ele fez”, disse Edminho Pinheiro. Para o dirigente esmeraldino, o grande segredo de Hailé Pinheiro era a sua relação com o clube. “Amar o Goiás acima de tudo e de todos”, disse Edminho, sobre o principal ensinamento deixado pelo tio.Ex-presidente do Goiás, o médico Sergio Rassi tinha Hailé Pinheiro como paciente, mas sobretudo como um amigo confidente. O ex-dirigente esmeraldino lembrou que eram corriqueiras caronas nos dias dos jogos, em que dividiam muitos assuntos, não só sobre futebol.Leia também+ Ex-Goiás, Walter define Hailé Pinheiro como "pai" em homenagem+ Jogadores do Goiás prestam homenagem a Hailé“Ele me dizia que, para ele, não interessava nada, apenas o bem do Goiás. Dedicou a vida ao Goiás e pouquíssimas pessoas fazem isso. Ele dedicava toda sua atenção ao clube e não interessava se estava ferindo alguém, era o Goiás em primeiro lugar. Esse é o maior ensinamento”, disse Sergio Rassi, que enumerou virtudes do amigo.Outro dirigente que foi braço direito de Hailé Pinheiro dentro do clube é o ex-presidente Paulo Lopes, que agradece por ter tido a oportunidade de trabalhar ao lado do dirigente histórico. “Ele era de uma inteligência extrema, era o arquiteto do clube, o técnico do clube e melhor vendedor do clube. Repor uma peça como essa é a coisa mais difícil do mundo. Você perde uma referência, mas fica o aprendizado. Quem aprendeu, aprendeu. Fico feliz de ter sido uma dessas pessoas que estiveram ao lado dele”, salientou.Paulo Lopes disse que outro legado deixado por Hailé Pinheiro foi o caminho pavimentado para a sequência de sua história. “As reposições estão sendo feitas no lugar correto, isso é algo importante porque deixou tudo encaixado”, citou Paulo Lopes sobre os dirigentes que sucedem Hailé Pinheiro. Como maior virtude do dirigente, Paulo Lopes destacou uma. “A personalidade dele. Ele era de falar e cumprir. Não interessava o que fosse, não media esforços para deixar o clube sempre bem”, completou.Adriano Oliveira, que foi vice-presidente do clube, disse que Hailé Pinheiro conseguiu plantar em outros pares as sementes do seu idealismo. “Sem dúvidas, esse é um legado que ele deixa. É absolutamente insubstituível, mas outras pessoas vão, naturalmente, assumir esse papel que era dele e com muitos ensinamentos. Cada um de nós, com certeza, trouxe para dentro de si um pouco dele. Sou eternamente grato”, disse.Dirigente atuante no clube e ex-presidente no início da década de 90, Rubens Brandão valorizou o legado deixado por Hailé Pinheiro. “Dificilmente vamos encontrar um companheiro que gostava tanto do clube como ele, uma pessoal primordial para que o Goiás é hoje. Ele era uma pessoa muito séria, muito correta. Falam muito que ele era uma pessoa autoritária, mas não era nada. Gostava muito de dialogar”, frisou o ex-presidente do Goiás.Um dos maiores ídolos da história do clube, o ex-jogador Luvanor lembrou dos bons momentos que viveu na convivência com Hailé Pinheiro. “Ele vai deixar um legado fantástico, acredito que ele é o maior torcedor do Goiás. Me lembro que era muito reservado, mas já me disse que, se jogasse o Goiás contra a seleção brasileira, ele torceria para o Goiás. Quando cheguei no clube, em 1974, ele já estava. Era um clube que nem se compara com o que é hoje e ele trabalhou para isso. Era um vencedor, nunca se abalava com nada”, lembrou.