Na quarta-feira passada, o Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou, como faz diariamente, informações relativas aos contratos entre os clubes e jogadores. Neles, estava a prorrogação e alteração salarial de Onitlasi Júnior de Moraes Rodrigues, atleta vinculado ao Atlético até 31 de julho de 2020. O novo vínculo e o primeiro nome, Onitlasi, chamam a atenção. No clube, entre amigos, no futebol, na escola, na rua e na família, ele é simplesmente Juninho, meia e lateral esquerdo apontado como uma das boas revelações da base atleticana nos últimos anos.Antes de explicações sobre o novo acerto – até o final do contrato, serão mais quatro anos e sete meses -, cabe explicar a origem do nome Onitlasi. “É ideia do meu avô paterno (Isaltino), que batizou meu pai Onitlasi, assim. É Isaltino de trás para frente”, contou Juninho. É algo parecido com o rearranjo, por exemplo, da palavra amor. Invertida, vira Roma – recurso conhecido como palíndromo. No futebol goiano, o ex-goleiro do Goiás, Leonam, foi outro exemplo – invertido, vira Manoel. “É só Juninho. Às vezes, Júnior", sintetizou o lateral, revelando outra curiosidade na origem. Natural de Goianira, praticamente ele “nasceu e cresceu" dentro do Estádio Municipal de Goianira e já treinou nas escolinhas do Flamengo, no local. “Meus avós maternos (Francisco e Helena) moram lá dentro. Então, estou sempre por lá. Desde pequeno, já jogava ali", disse. O avô Francisco é zelador da praça esportiva de Goianira, município da Grande Goiânia. Juninho tem 18 anos. Premiado pelo vínculo longo e que lhe dará certa estabilidade, promete não se acomodar e deseja realizar alguns projetos. Um deles é ajudar os pais, Onitlasi e Jainea. “Nunca deixaram faltar nada. Não é a história de uma família sofrida, mas que tem suas necessidades. Tenho de dar conforto, uma casa para eles", planeja Juninho. Destaque do Dragão na Copa SP de Juniores, ele foi incorporado ao profissional pelo técnico Wagner Lopes. Mas, para chegar cedo ao clube e aos treinos, conta com a carona do pai, que faz verdadeiro vai-vem. Onitlasi pai é metalúrgico, em Trindade. Assim, tem de trazer o filho até Goiânia e, depois, fazer o retorno à cidade santa em tempo de trabalhar. “Às vezes, venho de ônibus", acrescenta. AnsiedadePara os avós, Francisco e Helena, há um sonho mais imediato. Juninho diz que já estão ansiosos para, pela TV, vê-lo em ação. Isso vai depender do que mostrar, no dia a dia. Outra meta é, já nesse ano, retomar os estudos, concluir o ensino médio e tentar o ingresso numa faculdade e cursar Educação Física.Sobre a carreira, Juninho teve passagens por escolinhas e base do Goiás e Ovel. Aos 15 anos, fez teste no Inter, mas na categoria sub-20. Reprovado, não desistiu. Ano passado, já na base do Atlético, foi cedido ao Bom Jesus e jogou a 3ª Divisão. A equipe, comandada pelo técnico Júnior Pezão, chegou à fase semifinal. Juninho fez dois gols e, na Copa SP 2016, marcou mais um. No amistoso contra o Luziânia, foi dele o cruzamento no gol de Luiz Fernando, na vitória de 1 a 0.