Dois médicos do Atlético-GO, Avimar Teodoro (coordenador médico) e Lucas Ricci (médico do clube), definiram como "fatalidade" o zagueiro Fellipe, de 18 anos, ter sofrido duas paradas cardíacas durante treino do Dragão, nesta terça-feira (12). O jogador tem pouco mais de um mês de clube, após ter sido contratado para reforçar o time nos Campeonatos Goiano e Brasileiro Sub-20.Os dois médicos detalharam, na tarde desta quarta-feira (13), no CT do Dragão, o estado de saúde de Fellipe, que se encontra internado em estado grave numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hugol após sofrer as paradas cardíacas no final da manhã de terça-feira (12), durante treinamento.As causas das paradas cardíacas de Fellipe ainda são desconhecidas no departamento médico do clube. Por isso, Avimar Teodoro as definiu como uma "fatalidade", pois as avaliações e os exames médicos foram realizados, pelo clube, assim que Fellipe chegou ao Atlético-GO, oriundo da base do Guarulhos-SP."É um caso bem complexo. Toda a equipe está acompanhando. Ele está passando por mais exames para que a gente consiga identificar a causa. Hoje ele está mandando um padrão estável, mas ainda é um caso minucioso e complicado. A gente sempre tem esperança, ainda mais por ser um paciente jovem, que ele consiga se recuperar. É um caso muito grave, existe o risco de óbito, mas estamos fazendo de tudo para que ele saia com vida. Ele pode ter sequelas, por isso que o atendimento rápido é tão importante", falou Lucas Ricci.Lucas Ricci, responsável pelo atendimento ao atleta, disse que ele se sentiu mal ao final do treino. Foi quando teve a primeira parada cardíaca. Após os primeiros socorros, o atleta foi encaminhado ao Centro de Assistência Integrada Médico Sanitária (Ciams) do Urias Magalhães, próximo ao CT do Dragão.Segundo Lucas Ricci, no atendimento e no trajeto foram realizadas massagens no atleta, mas a caminho da unidade de saúde o jogador teve a segunda parada cardíaca. O desfibrilador do clube foi utilizado e quatro choques foram realizados no atleta. Após cerca de 20 minutos, a pulsação foi retomada e Fellipe foi encaminhado ao Hugol numa UTI móvel."Se o doutor Lucas (Ricci) estivesse no banheiro, provavelmente ele (Fellipe) estaria morto", definiu Avimar Teodoro, ao explicar que a ação do médico de plantão do clube evitou o óbito do atleta. Segundo ele, Fellipe "está mantendo padrão estável, intubado e na UTI do Hugol". Por enquanto, a principal preocupação é reverter o quadro "grave". Segundo Avimar Teodoro, "todo jogador, assim que chega ao Atlético-GO, passa por uma rotina de exames e avaliações de uma equipe multiprofissional do clube" e que há uma bateria de exames rigorosa para atestar a saúde de cada atleta.Avimar Teodoro detalhou as informações no prontuário médico do jogador. Segundo Avimar Teodoro, foram realizados os testes ergométricos, eletrocardiograma e exames laboratoriais no dia 8 de setembro. No dia 10 do mês passado, o laudo cardiológico também não apontou nenhuma anomalia no atleta.O Atlético-GO buscou informações e avaliações médicas do jogador no clube anterior, o Guarulhos-SP, também sem nenhum tipo de constatação anormal. Avimar Teodoro lembrou o caso do dinamarqués Christian Eriksen, que se sentiu mal durante um jogo da Eurocopa, no dia 12 de junho. Ericksen foi salvo pela ação dos médicos, ainda no gramado e a caminho do hospital.