O presidente do Atlético-GO, Adson Batista, evitou expor os motivos que levaram o técnico Marcelo Cabo a deixar o clube na manhã desta segunda-feira (7), ainda no início de trabalho na temporada de 2022. O treinador fechou o terceiro ciclo dele no rubro-negro desgastado por duas derrotas seguidas no Goianão (2 a 1 para Goiatuba e 3 a 2 no clássico com o Vila Nova) e outros aspectos que o dirigente evitou revelar."Não teve nada tão profundo. Foi de interesse de ambas as partes. No futebol, há situações que não precisam ser expostas. Saiu (Marcelo Cabo) pela porta de frente, como chegou aqui", afirmou o dirigente, mostrando que havia insatisfação dos dois lados pelo rompimento do vínculo contratual.O dirigente atleticano não quis detalhar se houve desgaste interno com algum membro da comissão técnica permanente do clube. Porém, deixou transparecer que não houve sintonia entre Cabo e o clube na retomada do trabalho, em 2022. "O Marcelo (Cabo) tem a forma dele trabalhar. Foi vitorioso", comentou. "Há, de ambas as partes, algumas visões diferentes, uma forma de pensar de cada parte", argumentou Adson Batista.Na entrevista coletiva após demissão do treinador, Adson Batista explicou que o auxiliar da comissão permanente do clube, Eduardo Souza, volta a assumir o comando da equipe até que um novo profissional seja contratado. Eduardo Souza vai comandar o Atlético-GO diante da Aparecidense, nesta quarta-feira (9), no Estádio Antonio Accioly. Porém, será interino, como fez questão de frisar o dirigente.Adson Batista disse que, no perfil do novo treinador que será contratado para o Dragão, dificilmente haverá espaço para um técnico estrangeiro. "Treinador estrangeiro virou moda. Quer trazer cinco pessoas. Não vou embarcar nessa", garantiu o presidente do Dragão, citando também que busca um profissional com conceitos novos de trabalho e de gestão."Nós vamos avaliar com muita calma, não vou sair da realidade (financeira) do Atlético'', frisou o presidente. "Tem de ser treinador com trabalhos atualizados, com conteúdo, tem de fazer a gestão firme do elenco, fazer o trabalho em alto nível", definiu Adson.O dirigente também reconheceu que cometeu erros recentes de gestão, como na questão de reposição de peças para o setor defensivo. O Atlético-GO ficou sem os zagueiros titulares, Éder e Pedro Henrique, e o reserva imediato, Oliveira. Werley também não ficou no clube.Dos zagueiros do ano passado, só restou Wanderson, que havia chegado no meio da temporada passada. Por isso, Marcelo Cabo e a comissão técnica tiveram de escalar dois zagueiros jovens: Michel, de 21 anos, e Gabriel, de 17 anos. No clássico diante do Vila Nova, Michel falhou no lance do primeiro gol ao errar a saída de bola."Precisamos de dois ou três zagueiros experientes", constatou, lembrando que o equilíbrio do sistema defensivo era o ponto forte da equipe nos últimos anos, passando por nomes como João Victor, Gilvan, Nathan Silva, Eder, Pedro Henrique e Oliveira. Todos passaram pelo clube nos últimos dois anos e só Oliveira, emprestado ao Cruzeiro recentemente, ainda tem vínculo com o Atlético-GO.