O presidente do Goiás, Paulo Rogério Pinheiro, disse que a situação financeira difícil do clube fez com que ele tomasse a decisão de suspender as contratações no clube para evitar atrasos salariais e de premiações. O dirigente esmeraldino assumiu a responsabilidade sobre essa decisão, mas afirmou que o clube ainda vai contratar até dois reforços até o fechamento da janela de transferências, mas serão atletas classificados como “apostas”.O dirigente explicou que o cenário das finanças do clube é mais grave do que ele imaginava quando assumiu a presidência com R$ 17 milhões de dívidas. Paulo Rogério Pinheiro explicou que ações trabalhistas e outras “heranças” de gestões passadas fez com que esse número triplicasse.“Eu demiti 160 funcionários e contratei oito, começa por aí. O clube está rodando normalmente. A torcida e a imprensa têm de ter a consciência de cobrar quem fez a dívida, eu estou pagando o pato. Uma dívida que era para ser de R$ 17 milhões está ultrapassando R$ 60 milhões”, contou.Leia também:+ Com estilo reativo, Goiás é o time mais faltoso do BrasileiroDentro desta realidade, o presidente disse que não poderia investir pesado em contratações para não estrangular ainda mais as contas do clube. “Nós perdemos nossa reserva e disse que se contratássemos iríamos atrasar salários e premiação. Aí é rebaixamento, com certeza. Iríamos entrar naquilo que fizeram em 2020, do mesmo jeito. Eu não autorizo contratar mais. Se teve uma pessoa que segurou contratação, fui eu, o presidente”, disse Paulo Rogério Pinheiro.Para contratar jogadores mais valorizados no mercado, o Goiás precisaria investir em pagamento de luvas ou até mesmo direitos econômicos, além de comissões para empresários. Por isso, Paulo Rogério Pinheiro enfatizou que o clube não consegue concorrer no mercado. “Claro que o torcedor quer que a gente contrate um jogador de vitrine, que está em evidência, mas não damos de concorrer com ninguém. É com ninguém”, salientou.Paulo Rogério Pinheiro disse que não existem outros culpados pela ausência de contratações mais impactantes no clube. Essa foi uma decisão vinda da presiência. “Não temos dinheiro para pagar luvas e ainda tem que pagar comissão para os empresários. Eu falei para suspender as contratações e existiam jogadores (com salário) de R$ 150 mil sendo contratados e eu, presidente Paulo Rogério, foi quem cortou”, frisou.Como a temporada está na reta final, o torcedor esmeraldino tem cobrado um esforço maior para reforçar o elenco. Mesmo com esse apelo, Paulo Rogério Pinheiro relatou que não seria possível dar um passo maior do que a perna. “O torcedor pede para fazer um esforço para contratar, mas já estou fazendo esse esforço desde o ano passado. Você não sabe o que é sentar no Goiás e não ter dinheiro para pagar o Ceasa. Meu tempo hoje é dedicado ao passado”, explicou o dirigente, ao citar que o maior gargalo do Goiás são dívidas a curto prazo oriundas da gestão anterior.ReforçosCom esse cenário, o Goiás deve anunciar até dois reforços até o fechamento da janela de transferências, que será na segunda-feira (15). Dois meias deverão ser anunciados, sendo um de 22 anos e outro mais experiente. No entanto, os dois são apostas que chegam com salários baixos.“Não adianta achar que o Goiás não vai contratar apostas. Está chegando uma aposta. Adoro contratar apostas, pois, se der certo, viram um ativo gigante para o clube, vide Dieguinho, Yan Souto e próprio Sidimar”, destacou.Paulo Rogério Pinheiro também comentou sobre a repercussão da entrevista concedida pelo técnico Jair Ventura após a derrota para o Palmeiras, em que o treinador cobrou reforços. No entanto, o treinador teria se retratado pela forma com que expôs a situação. “Após a repercussão da entrevista, ele procurou o Edmo (Edminho Pinheiro), me procurou e isso foi um aprendizado para ele, por colocar uma vírgula mal colocada na entrevista”, revelou.Leia também:+ Jair Ventura cobra reforços para sequência do GoiásO presidente esmeraldino ainda reforçou que Jair Ventura tem prestígio com a diretoria e espera que o técnico siga por um longo tempo no clube. “O Jair Ventura está com o contrato de renovação na mão dele, só tem uma cláusula para isso não acontecer que é se (o Goiás) for rebaixado. Falei para ele que só sai do Goiás se ele quiser”, frisou.