O Rally da Mulher está de volta às estradas vicinais, às trilhas de cascalho com lama, à travessia de córregos e riachos, à passagem pelas imediações das fazendas, currais e dos pequenos povoados, aos trechos do chão batido em Goiás, aos mata-burros, porteiras, pontes e colchetes. Ao cerrado e ao ambiente bucólico do entorno de Goiânia. O Rally da Mulher, após interrupção de dois anos por causa da pandemia da Covid-19, retorna neste sábado (28) e celebra a 20ª edição do evento em 2022.A prova, que tem realização da TV Anhanguera, será percorrida por cerca de 500 competidoras. Elas estão divididas nas categorias Expedition (4x4 e 4x2), Turismo (4x4 e 4x2) e Convidadas. A largada, a partir das 9 horas, e a chegada, às 16 horas, para 200km de trilhas serão no Shopping Cerrado, no Setor Aeroviário, em Goiânia.O trajeto começa no asfalto, mas só é somente aquecimento dos motores e de uma pequena parte da prova. O restante do percurso, assim como as emoções e a adrenalina da competição, será na zona rural de municípios circunvizinhos à capital goiana, como Bonfinópolis, Senador Canedo (neutralizado técnico para o almoço), Goianápolis e Caldazinha.Leia também+ Goiano supera doença, vira atleta e lidera ranking de maiores ciclistas do mundo+ Carros mais duros da F1 dificultam ainda mais a vida dos pilotos em MônacoEntre as inscritas, estão as integrantes da equipe “As Furiosas”. O nome é uma brincadeira criativa, pois Márcia Parreira Cardoso (piloto), Maitha Sara Rios Teixeira (navegadora),Patrícia Carvalho e Giovanna Lara (docinhos) não levam nenhum tipo de fúria ao Rally da Mulher. Ao contrário.A bordo de uma Ranger 4x4, o quarteto leva à competição um misto de desejo de divertimento com aprendizado. Afinal, elas são estreantes e pretendem conhecer um pouco mais de uma prova dessa natureza para ganhar experiência e participar de outras no futuro.Márcia e Maitha poderiam formar uma dupla sertaneja. Elas se conhecem há cerca de 13 anos, são vizinhas e partem rumo à nova aventura repletas de boas expectativas. “Sempre morei em fazendas. Nasci no interior, gosto do cenário que vamos percorrer. Esperamos passar por pistas sem obstáculos, ver a poeira subir e ver gente à beira do caminho”, disse Márcia Parreira, de 41 anos, administradora como profissão e filha do cerrado por natureza.Na visão dela, começar por um rali de regularidade, baseado nas técnicas de navegação e equilíbrio na condução do veículo, é interessante para se graduar como “ralizeira”. “Não vamos entrar na prova para competir, mas para se distrair e curtir”, explicou Márcia.Se ela precisa de habilidade para conduzir, Maitha Sara Rios necessita da técnica para decifrar os símbolos e traços da planilha da prova. Ela é navegadora de primeira viagem e acompanhou atentamente as dicas e explicações da organização da prova sobre o que é preciso fazer na função, e como saber o que é “lacinho”, “balaio” e “cureca”, por exemplo.Um erro e a equipe “pode se embananar”, termo que ela usou para definir uma dificuldade típica de um rali de regularidade. Maitha Sara tem 34 anos, é corretora de imóveis e fez o convite para as colegas de trabalho, Patrícia e Giovanna, para reforçarem a equipe..”Vamos apreciar um visual diferente e ficamos sempre na expectativa de novidades no caminho”, comentou a navegadora.Oriunda de Aragoiânia, município do entorno de Goiânia, Maitha afirma que “concentração, atenção e equilíbrio emocional” são componentes básicos naquilo que se pretende fazer e numa etapa de rali. Sobre a piçarra e as costelas, e com a planilha na mão, as Furiosas se preparam para curtir o Rally da Mulher.Organização prepara traçado acessível O diretor técnico do Rally da Mulher e membro do Clube Esportivo do Fora de Estrada em Goiás, Marcos Aurélio Ferreira explica que uma prova de regularidade requer técnica e um pouco de atenção. Porém, a finalidade da atual edição do Rally da Mulher é unir o útil ao agradável, como se diz popularmente. "É um evento de confraternização, um dia diferente de lazer e passeio", resumiu Marcos Ferreira sobre os critérios para organização da prova.Segundo ele, não há maiores empecilhos no percurso traçado para a disputa da prova. Basta unir atenção e técnica. "Não tem grandes exigências, Será uma prova tranquila", completa Marcos. As “ralizeiras” vão atravessar terrenos planos e uma parte da serra, mas nada que vá dificultar a movimentação dos veículos das competidoras - há carros de passeio entre eles.A concentração das equipes começará por volta das 7h30, no Shopping Cerrado, mas a largada do primeiro carro está prevista para às 9 horas e, a chegada, no mesmo ponto, a partir das 16 horas. O que conta num rali de regularidade é completar o trajeto com o mínimo de erros e punições possíveis naquilo que a planilha reserva às ralizeiras.Após a largada, as equipes terão de percorrer avenidas e ruas de Goiânia até a entrada na zona rural, a partir de Senador Canedo. Na etapa A, as equipes passarão por trilhas rurais e o perímetro urbano de Goianápolis, Bonfinópolis e Caldazinha. Então, em Senador Canedo, no Espaço das Brisas, haverá o neutralizado técnico, parada de cerca de 1h10 para o almoço. Isso será a partir de 11h50. Depois, vem a relagarda para a etapa B. Nela, o percurso é basicamente na "roça", como se diz no bom goianês, com trilhas em Caldazinha, Goianápolis e a chegada, em Goiânia, à tarde.O Rally da Mulher é uma realização da TV Anhanguera, com a coordenação técnica do Cefego e supervisão da Federação Goiana de Automobilismo (Faugo). A prova tem patrocínio da Belcar Fiat, Bio Extratus e Clínica Karine Gouveia. O apoio é da Terral Incorporadora, Prefeitura de Senador Canedo e Shopping Cerrado.