O Atlético-GO trocou o clima seco, o calor e a baixa umidade relativa do ar, em Goiânia, pelo frio, temperatura baixa e o tempo chuvoso de São Paulo, onde disputará na noite desta quinta-feira (8), a partir das 21h30, um dos jogos mais importantes da história do clube. No Morumbi, o Dragão decide vaga à decisão da Copa Sul-Americana. Terá como adversário um dos gigantes do futebol brasileiro e continental, o São Paulo, clube que tem galeria rica em taças e troféus internacionais conquistados nos últimos 30 anos.(Confira, no fim da reportagem, escalações, arbitragem, onde assistir e detalhes da semi)O título da Sul-Americana de 2012 conquistado pelo São Paulo ganhou significado por ser praticamente o último momento de força do tricolor nas decisões. Ao contrário, há espaço na sala de troféus do Dragão para um título de expressão como o da competição continental.Na visão dos atleticanos, disputar um título da Sula significa mudar de patamar no projeto de evolução do clube. O caminho não está distante. O Dragão tem a vantagem de ter vencido o jogo de ida por 3 a 1.Por isso, tem vantagem. Poderá ser derrotado por até um gol de diferença e, ainda assim, garantir a passagem. Outra possibilidade é, caso o tricolor vença por dois gols de frente, decidir nos pênaltis. O São Paulo só passa direto se golear por diferença de três ou mais gols.O classificado da partida desta noite garante novamente um clube brasileiro na disputa por um título continental, algo que começa a se tornar constante nas disputas da Libertadores e Sul-Americana. O Atlético-GO quer ser mais um destes postulantes ao pódio, ao direito de receber uma taça no dia 1º de outubro, em Córdoba (interior da Argentina), com a imagem de papel picado e gritos de “é campeão”.O problema dessa questão é que o elenco e a comissão técnica do Atlético-GO precisam fazer diferente do que houve num jogo bem recente e vivo na memória dos atleticanos. Também em São Paulo, diante de um clube (Corinthians) de tradição e camisa, com a mesma vantagem de dois gols de frente, o Dragão deixou o adversário apagar o fogo nas quartas de final da Copa do Brasil. Foi goleado por 4 a 1 e deu adeus ao lugar na semifinal do torneio nacional.O Atlético-GO terá de ser outro. No frio paulista, necessita ter sangue quente, não ter o comportamento tímido nem repetir o futebol reativo e pálido mostrado contra o Corinthians.Leia também:+ Torcedores do Atlético-GO confiam na vaga e fazem planos para Córdoba+ Sul-Americana é chance para emergentes cresceremO triunfo sobre o São Paulo, na estreia do técnico Eduardo Baptista, indicou o contrário. Mas a derrota para o Atlético-MG por 2 a 0, domingo (4), trouxe dúvidas novamente.A semana decisiva foi de reação, para evitar que a equipe se torne reativa. O presidente do Dragão, Adson Batista, entrou no circuito. Antes da viagem para São Paulo, fez reuniões com o elenco e a comissão técnica. Conversa em tom de cobrança, mas de confiança. O novo treinador terá missão de fazer um time determinado, frio quando preciso, tático, decisivo.O Dragão não deve ter mudanças em relação ao primeiro jogo. Eduardo Baptista pretende repetir o sistema tático com um trio de volantes: Gabriel Baralhas, Edson Fernando, Marlon Freitas.Luiz Fernando, um dos artilheiros do time com três gols, cumpre o segundo jogo de suspensão após expulsão na goleada de 3 a 0 sobre o Nacional (Uruguai).Titular nas últimas três partidas da Sul-Americana, em que sofreu só um gol, justamente na partida contra o São Paulo, no Serra Dourada, o goleiro Renan tem nas mãos a responsabilidade de levar o time até a final se mantiver a média dele no torneio. Ele entrou no time nas quartas de final, diante do Nacional-URU, porque Ronaldo se machucou e só volta a jogar no próximo ano.O São Paulo vive dias de cobranças, que partem principalmente da torcida, de parte da diretoria do clube e da própria necessidade de obter resultados positivos e de voltar a ser um clube credenciado à conquista de títulos. Ídolo como goleiro na fase vencedora do clube, o técnico Rogério Ceni tem sido cobrado. O treinador foi claro após a derrota em Goiânia e disse que é “obrigação” do São Paulo chegar à final.O volante Igor Gomes foi expulso em Goiânia e desfalca o time. Os goleiros Jandrei e Felipe Alves disputam a posição. Miranda, zagueiro titular da seleção brasileira na última Copa (2018), é dúvida. Um dos destaques do time é o goiano Luciano. Natural de Anápolis e revelado no Atlético-GO, Luciano fez 17 gols nesta temporada e é goleador do clube na Sul-Americana com cinco gols.Dragão tem campanha regular foraA boa campanha do Atlético-GO como mandante na Sul-Americana contrasta com os números do clube como visitante no torneio. O desempenho fora de casa é regular - são duas vitórias, um empate e duas derrotas. O desafio atleticano será conquistar a classificação no Morumbi, território em que o São Paulo tem 100% de aproveitamento (cinco vitórias) nesta Sul-Americana.O Dragão foi uma das melhores equipes em casa nesta edição da Sula: na sequência, venceu a LDU (4 a 0), Defensa y Justicia (3 a 2), Antofagasta (1 a 0), Olímpia (2 a 0 e 5 a 3 nos pênaltis), Nacional (3 a 0) e São Paulo (3 a 1). Neste roteiro, só o Antofagasta não tem títulos nas copas Sul-Americana ou Libertadores e não é uma das forças do futebol de seu país.Mas o desempenho do Dragão deixou a desejar fora de casa. O time goiano perdeu um jogo em que vencia por 1 a 0 - gol de Gabriel Noga -, dominava e teve as chances para golear o frágil Antofagasta, no interior do Chile. Perdeu de virada (2 a 1) na única vitória em casa do clube chileno, que fez campanha ruim no Grupo F.O Atlético-GO também desafinou nas oitavas de final como visitante. Diante do Olimpia, no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, foi presa fácil para os paraguaios, que abriram 2 a 0 e poderiam fazer mais gols. O troco foi dado no Estádio Serra Dourada, onde o time goiano se agigantou diante do Olimpia e nas vitórias sobre o Nacional e o São Paulo.As melhores recordações atleticanas, quando jogou distante de Goiânia, foram na fase de grupos, na qual venceu o Defensa y Justicia por 1 a 0 (gol de Wellington Rato) no jogo disputado nos arredores de Buenos Aires. A classificação na chave foi conquistada com um empate de 1 a 1, em Quito (Equador), contra a LDU. O Dragão perdia por 1 a 0, mas graças ao cabeceio certeiro de Gabriel Baralhas, empatou e se classificou.-Imagem (1.2525226)