Após três anos de uma semifinal polêmica e marcada por confusões dentro e fora de campo, em 2019, Atlético-GO e Vila Nova voltarão a disputar o clássico que define um dos finalistas do Goianão 2022. É apenas o segundo encontro dos dois adversários em uma fase eliminatória do Estadual, três anos depois do primeiro. Serão duas partidas decisivas em mais um capítulo de uma rivalidade que não tem a marca de decisões de títulos do Estadual, mas que reúne os clubes com o segundo maior número de títulos goianos.O Dragão começou a conquistar tal condição a partir de 2006. Desde então, chegou à decisão dez vezes, conquistando seis títulos (2007, 2010, 2011, 2014, 2019 e 2020).O Tigre se encontra no processo de reconstrução e também quer novamente estar na final do Estadual 2022, como ano passado, em que perdeu a chance de ser campeão no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA) ao ser derrotado pelo Grêmio Anápolis nos pênaltis. Se for à final, o Vila Nova tentará quebrar o jejum de 16 anos sem ganhar o Goianão - a última vez foi em 2005.Cada clube soma 15 títulos na elite do Estadual. As duas equipes tiveram pontuação próxima na 1ª fase e nas quartas de final do Estadual - o Vila teve 24 pontos, contra 23 pontos do Dragão. Mas a equipe alvirrubra foi superior nos dois clássicos disputados na temporada - vitórias de 3 a 2 e 2 a 0.Por causa da pontuação maior, a equipe vilanovense decide a vaga em casa, no OBA. O jogo de ida será no Estádio Antonio Accioly, palco da conturbada semi de 2019, em que os atleticanos venceram por 1 a 0, com gol do meia Jorginho no segundo tempo.Depois daquela partida, houve briga generalizada no gramado entre alguns jogadores, membros de comissão técnica e funcionários dos dois clubes. A confusão foi parar numa delegacia. Antes, no jogo que abriu a disputa pela vaga, houve empate de 1 a 1 no Olímpico, também marcado por muita polêmica e gols de Jorginho e Alan Mineiro. Os fatos daquele clássico servem para apimentar os que se avizinham, nos dias 19 e 22 de março.Daquela semi, alguns personagens estarão novamente em ação. No Dragão, depois de um ano e três meses de passagens apagadas por Athletico-PR e Ceará, Jorginho está de volta e tem se destacado no irregular time rubro-negro neste início de ano. Três companheiros de time dele, em 2019, agora estão no lado contrário: Pedro Bambu, Moacir e Matheuzinho.Um dos destaques vilanovenses é Matheuzinho, autor de cinco gols e artilheiro do Tigrão no Estadual. A dupla Jorge & Matheus foi desfeita em 2020. Cada um seguiu carreira solo. Hoje, estão em momento de retomada do talento e repertório antes exibido na temporada 2019.Quem ensaia a entonação adequada, dos dois destaques e dos demais atletas, são dois técnicos jovens, mas com o tempo de trabalho distinto.Umberto Louzer, de 43 anos, soma menos de um mês de trabalho no Atlético-GO e só dirigiu o time cinco vezes: dois empates (1 a 1 com o semifinalista Iporá e 0 a 0 com o Crac), duas goleadas de 3 a 0 sobre União-MT (Copa do Brasil) e Morrinhos (quartas do Goianão) e vitória magra sobre o Morrinhos (1 a 0).Antes da semi, o técnico atleticano disputa vaga na 2ª fase da Copa do Brasil, nesta terça (15), contra o Nova Venécia-ES. Em 2019, foi Umberto quem iniciou a formação da equipe vilanovense, mas, após oito jogos, deixou o clube.Higo Magalhães é um pouco mais jovem. Tem 39 anos, passagem pela base do Atlético-GO, mas a carreira começou a ter novo rumo a partir do ano passado, quando passou da condição de auxiliar do Vila Nova, nas gestões de Márcio Fernandes, Wagner Lopes e Hemerson Maria, a treinador principal.No bom trabalho até agora realizado, falta o título ao iniciante Higo Magalhães. Já bateu na trave duas vezes, pois foi vice do Brasileiro de Aspirantes (2020) e da Copa Verde (2021). Antes da semi, Higo busca a classificação à 3ª fase da Copa do Brasil também nesta terça (15), contra o Guarani, em Campinas (SP).Umberto Louzer trabalha no grau de exigência de um clube de Série A do Brasileiro. Até agora, agrada ao exigente presidente do Dragão, Adson Batista, que não tem se mostra satisfeito com o rendimento do time. Portanto, a missão de Louzer é tirar o máximo que cada atleta pode render na semi, além de ajustar o sistema defensivo e azeitar o time ofensivamente.Higo Magalhães já tem a chamada espinha dorsal, mas trabalha com poucas opções caso haja necessidade de mudanças. O atacante de referência foi trocado, pois Clayton foi emprestado ao Coritiba. Foi necessário encaixar o grandalhão Rubens no ataque, mas Pablo Dyego chegou e também é opção de ataque.