Apesar de começar nos primeiros minutos com a canção alto astral I Can See Clearly Now, um dos maiores sucessos da carreira de Jimmy Cliff, não se engane, A Fera, estrelado por Idris Elba, promete muito rastro de sangue e frio na barriga. O filme, que estreia nesta quinta-feira (11) nas salas de cinema do Brasil, conta com direção de Baltasar Kormákur (Evereste, 2015) e aposta num terror de sobrevivência no meio de um safári na África do Sul. Dessa vez, o inimigo não é nenhum serial killer ou alguma assombração, mas um leão gigante e com sede de vingança. A classificação indicativa é de 14 anos.Idris Elba ficou conhecido do grande público principalmente por conta da atuação em papéis nos filmes de heróis. Na franquia do Thor, da Marvel/Disney, ele interpretou Heimdall, um dos mais poderosos guardiões de Asgard. Dentro do Esquadrão Suicida, da DC Comic, o astro britânico viveu o vilão Sanguinário que foi preso por colocar o Superman na UTI, depois de atirar nele com uma bala de kryptonita. Aliás, o personagem deve ganhar uma série. O ator, que tem também no currículo filmes como Círculo de Fogo (2013) e Depois Daquela Montanha (2017), aparece como favorito para interpretar o agente James Bond, após a saída de Daniel Craig.A Fera segue uma receita que sempre deu certo em Hollywood, que é apostar em animais como vilões. Crocodilos, cobras, dinossauros, cachorros, piranhas, aranhas e macacos, por exemplo, já deixaram muita gente com medo nos cinemas. Até mesmo figuras de bichos inofensivos foram capazes de causar espanto. Alfred Hitchcock, o mestre do suspense, conseguiu transformar pássaros em assassinos cruéis no filme de 1963. Uma ave poderia ser facilmente espantada, mas um bando desses animais furiosos, furando os olhos da população de uma pequena cidade da Califórnia, aterrorizou plateias.O primeiro grande blockbuster da indústria cinematográfica foi com um animal. Steven Spielberg transformou um tubarão branco em um vilão icônico. O filme de 1975 entrou para a história por ser o primeiro a superar a marca de 100 milhões de dólares em bilheterias norte-americanas. Além disso, concorreu a quatro estatuetas no Oscar, incluindo de melhor filme - perdendo para Um Estranho no Ninho, vencendo nas categorias de edição, som e trilha sonora – pelo icônico tema do maestro John Williams. O sucesso foi tanto que o título ganhou três continuações – sem Spielberg – e vários derivados.Não é a primeira vez que leões são tratados como vilões nas telonas. A Sombra e a Escuridão (1996), de Stephen Hopkins, talvez seja o maior clássico ao retratar os reis da selva como devoradores de homens na versão ficcional dos ataques de leões em Tsavo, oeste do Quênia. No final do século 20, um engenheiro, papel de Val Kilmer, vai para a África construir uma ponte, mas acaba se deparando com dois leões assassinos que aterrorizam os operários, pois várias vítimas são feitas e mesmo com a chegada de um experiente caçador, interpretado por Michael Douglas, as mortes continuam.TramaO dr. Nate Daniels é um recém-viúvo que retorna para a África do Sul, onde conheceu sua esposa, em uma viagem há muito tempo planejada com suas filhas Norah (Leah Jeffries) e Meredith (Iyana Halley). A viagem é uma chance para uma reconexão familiar. Eles vão para uma reserva natural administrada pelo velho amigo Martin Battles (Sharlto Copley), um biólogo da vida selvagem. Durante o passeio, eles se deparam com um homem que acabou de ser atacado. Agonizando, ele diz que foi uma ação do diabo. Mais na frente, eles encontram uma vila que foi devastada por um leão.Algo chama a atenção do grupo: o animal mata os humanos, mas não os devora, o que lembra A Sombra e a Escuridão. Na sequência, Martin pede para que Nate volte para o carro onde estão suas filhas e a cena é desesperadora. Por muito pouco, ele não é devorado por um leão gigante que quase quebra o vidro da porta. Desesperados, eles tentam fugir, mas acabam batendo e ficam presos no lugar sem poder sair de dentro do automóvel. Essa cena é mais uma referência, agora do longa Caçados (2007), em que uma madrasta e os dois enteados são atacados por leões e ficam ilhados da mesma forma.Nesse momento, o leão deixa de ser o único problema quando eles são encontrados por um bando de caçadores clandestinos. O que começa como uma jornada de redescobrimento familiar, se torna uma verdadeira luta por sobrevivência. O trailer do filme sugere que o animal seja o único sobrevivente de uma caçada e que agora ele está matando qualquer um que apareça pelo caminho para se vingar, o que explica o rei da selva não se alimentar dos corpos. O final deve reservar um duelo cinematográfico já que mostra Nate dando um soco na face do bicho, no melhor estilo O Predador (1987).Possessão de sangue Outro filme de terror chega às telonas nesta quinta-feira para atormentar os corajosos. Gêmeo Maligno, que marca a estreia do cineasta finlandês Taneli Mustonen no cinema norte-americano, mergulha em uma realidade de perda, dor e luto dos personagens. Protagonizado por Teresa Palmer (Meu Namorado é um Zumbi, 2013, e A Escola, 2016), a trama acompanha a história de Rachel e Antony (Steve Cree), um casal que perde um dos filhos gêmeos em um trágico acidente. Após o ocorrido, eles decidem se mudar para o outro lado do mundo com o filho sobrevivente Elliot (Tristan Ruggeri) para recomeçar a vida, mas forças malignas vão persegui-los.O que era para ser um tempo de cura na tranquila zona rural escandinava, acaba virando um pesadelo para Rachel e Antony quando percebem que seu filho tem mistérios obscuros e forças malignas que buscam dominá-lo, como no surpreendente A Órfã (2009), de Jaume Collet-Serra. Elliot pede para forças malignas para que seu irmão Nathan retorne dos mortos e divida o mesmo corpo com ele, como revela o trailer. A partir daí sua mãe vai lidar com eventos sobrenaturais para tentar salvar o pequeno ou até mesmo sobreviver como quando ela pergunta para ele “se ele não ia querer machucar a mamãe”.